Evento que teve sua segunda edição em São Paulo apresentou estudo inédito para discutir se o segmento está em crise no país ou é mito
O Instituto brasileiro de planejamento e tributação (IBPT), ao lado do Empresômetro e outros parceiros de negócios, se reuniram para discutir se o agronegócio no Brasil está em crise ou não, no II Fórum Agro, sediado na capital paulista. O evento aconteceu no última quinta-feira (24), com diversos painéis e especialistas do mercado ao longo do dia.
A recente queda nos preços das commodities, a quebra de safras, o aumento expressivo dos custos de insumos e o endividamento crescente de produtores rurais e empresas têm criado uma realidade complexa para o setor. Essas dificuldades trazem à tona questões críticas sobre a resiliência do agro e as estratégias necessárias para garantir sua competitividade no mercado, tanto nacional quanto internacional.
O agro está em crise: mito ou verdade?
Para o presidente do Conselho Superior do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Gilberto do Amaral, ele é um setor que enfrenta desafios assim como outros no país, mas não quer dizer que uma crise está instalada. “Houve crescimento na movimentação e na comercialização do setor e na arrecadação tributária, mas, em contrapartida, ocorreu uma elevação de custos com transporte. Esse aumento de custos impactou o PIB do setor em 2023", conta.
Amaral ainda enfatiza que, neste ano, é esperada uma queda no agronegócio em relação a 2023, principalmente localizada nos segmentos de soja e milho, mas haverá crescimento em outros, como proteína animal e outras culturas agrícolas. “Em 2025 será ainda um período de adaptações e arrumações no mercado, necessárias para um crescimento nos anos seguintes", conta.
Já na opinião do co-fundador da Agrolend, André Glezer, durante seu painel, o segmento não está em crise. E que o Brasil ainda é o principal produtor de alguns alimentos, com uma forte cultura agrícola e capacidade de crescimento. “Apesar de desafios, vamos seguir sendo bons e de nenhuma forma estará em crise, ele só é cíclico e é um momento que vivemos hoje”, opina.
Durante o evento, além dos inúmeros painéis para discussões de melhorias e dificuldades no setor, foi apresentado a segunda versão do Estudo Agronegócio em Números, realizado pelo IBPT, em que dados sobre comercialização, transações, tributação do agro e impactos no PIB foram divulgados para melhor análise do setor nos estados brasileiros.
O encontro foi repleto por grandes nomes do setor como Carlos Pinto (sócio-diretor do Empresômetro e diretor do IBPT), Fábio Guerra (diretor Latam de estratégias de Marketing da BASF), Renato Seraphim (CEO da Ciarama Máquinas John Deere), Diogo Luchiari (Sócio e Chief Agribusiness Officer Macfor), Cristiane Steinmetz (CEO da Fazenda Boa Vista), José Luís Mendes (da Stonex), Ana Lídia (Tributarista e coordenadora de MBA na Live University), Edsmar Resende (co-fundador da Gestora 10b), Alex Leite (diretor Acadêmico da Live University) e dentre outros.
Os conteúdos dos painéis foram estratégicos aos objetivos do Fórum, sendo os temas seguintes ao decorrer do dia: O agronegócio em números - Apresentação de Inteligência de mercado; A voz do campo - Desafios e oportunidades para o produtor rural no agro moderno; Suprimentos inteligentes - Compras estratégicas no agro, Pricing no agronegócio - Como definir preços competitivos e maximizar lucros; Logística e fretes - Otimizando o transporte no agro; Estratégias de vendas no agronegócio - Conquistando e retendo clientes e, por último, Desvendando os impactos tributários - Como a Reforma Tributária afeta o agro.
“Há possibilidade de melhorar as estratégias do agro para fortalecer em meio às crises. Essa força seria por meio de alianças, busca de profissionais capacitados, conexão com as indústrias, alinhamento de intenções entre setores e a criação de uma base mais sólida para gestão de crédito que estão sendo buscado por agricultores, mas estão bem escassos. Tudo isso é importante, afinal, o agro ainda representa mais de 25% do PIB”, finaliza o sócio-diretor do Empresômetro e diretor do IBPT, Carlos Pinto.
Sobre o IBPT
O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) foi fundado em 1992, com o objetivo inicial de congregar estudiosos das ciências jurídica, contábil, social e econômica para debater sobre temas relacionados ao planejamento tributário. Desde sua fundação, o IBPT se dedica ao estudo do complexo sistema tributário no país, sendo reconhecido pela adoção de uma linguagem clara e precisa à sociedade sobre a realidade tributária brasileira. O IBPT também lançou bases e fundamentos para viabilizar a lógica da transparência fiscal, promovendo conscientização tributária.
Pioneiro na criação de estratégias de mercado para empresas e entidades setoriais a partir da análise de dados fiscais, públicos e abertos, o IBPT mantém investimentos contínuos em tecnologia e na capacitação de sua equipe para viabilizar pesquisas, estudos e serviços, possuindo o maior banco de dados privado com informações tributárias e empresariais.