O engenheiro agrônomo Elídio Torezani afirma que é mito a crença de que o estresse gerado pela falta de água aumenta a florada do conilon
Neste momento em que os produtores estão se preparando para iniciar a colheita de café, o engenheiro agrônomo Elídio Torezani adverte para uma prática que pode gerar graves danos às lavouras de conilon: suspender a irrigação nesse período. Segundo Torezani, boa parte das pessoas adota esse hábito, o que compromete a safra seguinte.
“O conilon é uma planta tropical. Portanto, as condições climáticas do outono/inverno das regiões produtoras não interferem na sua fisiologia ao ponto de as plantas responderem a um estresse hídrico”, afirma o especialista, diretor da Hydra Irrigações, pioneira no País no uso do sistema de gotejamento.
Torezani explica ainda que essa espécie exerce funções fisiológicas de extrema importância, nesse período, para a safra seguinte.
Arábica
De acordo com o engenheiro, essa situação não ocorre com a cultura do café arábica, típico de regiões de clima temperado. “Neste caso, a temperatura mais baixa e os dias mais curtos levam a planta a uma condição de dormência. Dessa forma, as funções fisiológicas são desaceleradas”, disse.
Torezani também ressalta que o número de floradas do arábica é menor do que na cultura do conilon. “Nesse caso, o ato de reduzir a irrigação favorece a uniformidade da florada e facilita a colheita mecanizada”. A menor incidência de luz e a temperatura mais baixa diminuem a necessidade de água, esclareceu.
Mas o especialista ressalta que esses fatores não fazem com que a planta possa ficar totalmente sem irrigação. “Ela vegeta menos, mas não para de vegetar”.