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11 de dezembro de 2024 - 9:56h

A Folha Agrícola

Enzimas aumentam peso da carcaça de bovinos de corte em até oito quilos

Tecnologia natural traz ganho cientificamente comprovado que pode quintuplicar retorno financeiro dos pecuaristas sobre investimento em suplementação nutricional

Estudos científicos e testes de campo recentes mostram que é possível aumentar em até oito quilos o peso da carcaça de bovinos de corte com uso de aditivos que contêm enzimas alfa-amilases. Em parceria com a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) de Colina (SP), instituição referência em estudos com ruminantes, a Alltech monitorou o desempenho de animais em regime de confinamento que receberam aditivo que possui enzima alfa-amilase como princípio ativo e apresentou resultado de aumento de oito quilos de carcaça comparado aos animais que não consumiram o produto.  

“Não temos somente este resultado, mas, sim, um compilado de 14 resultados, entre estudos científicos e testes a campo bastante consistentes sobre o impacto dessa tecnologia natural, que apontam um incremento médio de 6,8 quilos de carcaça adicional por animal, mas em vários desses estudos o ganho chegou a oito quilos adicionais”, relata o zootecnista Rafael Benicá Rodrigues, gerente de vendas da Alltech.

“O peso da carcaça é o principal fator que remunera o produtor”, afirma o especialista. Nos testes realizados pela empresa, o ganho adicional na carcaça foi de 90 a 100 gramas por dia. “Como o custo gira em torno de 20 gramas de peso vivo do animal por dia, o retorno financeiro é cinco vezes maior que o investimento”, destaca Rodrigues. Segundo ele, “as enzimas têm um papel fundamental no processo digestivo dos animais, para fazer a quebra dos nutrientes presentes nos alimentos consumidos”. Além das enzimas endógenas, produzidas pelo próprio organismo do animal, existem as exógenas, produzidas externamente, através de micro-organismos colocados em um determinado substrato, que são usadas como aditivo nutricional.

Apesar de serem usadas como aditivos para monogástricos há vários anos, com melhorias na digestibilidade e resultados comerciais positivos, as enzimas exógenas só começaram a apresentar resultados consistentes em ruminantes nos últimos anos. “Os ruminantes têm uma câmara fermentativa com micro-organismos, como bactérias, fungos e protozoários, chamada rúmen, que fazem a degradação do que o animal come. Quando entra um substrato diferente, muda a dinâmica ruminal, que normalmente não tem deficiência enzimática. Porém novos dados científicos constataram que a digestibilidade normalmente não muda, mas, sim, o caminho da degradação e os subprodutos formados, promovendo um ambiente melhor. Com isso, entendeu-se que o uso de enzimas na nutrição dos ruminantes poderia ir por um caminho diferente dos monogástricos”, explica.

No caso da alfa-amilase, necessária para quebra do milho, que é rico em amido, os estudos com ruminantes revelaram que, com a adição da enzima exógena, há melhoria na digestão da fibra, ao invés do amido, como ocorre com monogástricos, evidenciando que o importante é o ambiente ruminal e não a digestibilidade do alimento em si. Os participantes dos estudos utilizaram o Amaize, extraído da fermentação do Aspergillus oryzae, que contém enzimas alfa-amilases. O produto da Alltech modifica a digestão ruminal em nível microbiano para melhor utilização dos nutrientes, apoiando a função ruminal e as respostas fisiológicas dos bovinos, o que resulta em aumento da produtividade. Nos bovinos de corte, o Amaize é indicado para criações em confinamento ou terminação intensiva a pasto, especialmente quando suplementados com produtos de alta concentração de energia.

“A tecnologia de enzimas é totalmente verde, natural e consegue ter resultados adicionais mesmo junto com a tecnologia convencional, como os ionóforos”, ressalta o zootecnista. Na avaliação dele, a sustentabilidade é uma exigência do mercado consumidor, que é quem vai ditar a velocidade dessa transição para a produção de alimentos mais saudáveis, mais naturais e associados ao bem-estar animal. “A grande transição vai acontecer quando o produtor for melhor remunerado por produzir um animal que cubra todos esses pontos”, conclui.

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