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10 de dezembro de 2024 - 15:37h

A Folha Agrícola

Economista alerta que crise na pecuária está chegando ao fim mas que setor vive em ciclos

Enfrentamento dos problemas passa por união da cadeia em uma instituição que pense a carne 24 horas por dia

A quarta e última live do projeto SOS Pecuária Gaúcha foi realizada nesta segunda-feira, 25 de setembro, no canal do Instituto Desenvolve Pecuária no You Tube. O encontro virtual reuniu o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, e o presidente do Instituto, Luis Felipe Barros. A live também celebrou a 30ª edição do Prosa de Pecuária, tradicional encontro dos associados com lideranças e especialistas do setor e da cadeia da carne.

Antônio da Luz iniciou sua fala com a referência de que a pecuária é feita de ciclos, como os de preços em alta ou em baixa. Na sequência passou a apresentar dados em que quando o ciclo está com valores mais elevados, há redução no número de vacas abatidas pelos produtores. “Temos que tirar do Rio Grande do Sul o problema, pois partimos de um pressuposto de que lá fora está ótimo, mas não. Estamos vivendo um ciclo de queda do preço muito forte no Brasil inteiro”, destacou.

O economista levantou dois pontos de dúvidas. Um, com relação ao mercado para China, que tem jogado o preço da carne para baixo e a alta na produtividade e crescimento do rebanho nacional, ocasionando alta oferta e consequente queda de preço. “Quando travamos o mercado para exportação (por causa da vaca louca) e os preços caem, será que não ensinamos nosso comprador a conseguir um preço melhor?”, perguntou Antônio da Luz. De forma positiva, ele traçou uma retomada futura e breve. “Acredito que o ciclo muda no início do ano que vem e teremos uma volta à normalidade. Quem aproveitou para fazer seus rebanhos terá uma surpresa positiva quando for comercializar seus animais e pelo menos uma parte deste resultado ruim de 2023, encerra em 2024”,concluiu.

Luis Felipe Barros, ao assumir a palavra, trouxe um resumo do que foi tratado nas lives anteriores, como as causas da crise da pecuária bovina. Após, provocou com a questão sobre o que fazer com os dados apresentados. Propôs usar a visão empresarial de análise de possibilidades. “Temos que aplicar a matriz Swot, vendo nossas forças, oportunidades, fraquezas e ameaças”, afirmou.

Entre as fraquezas, Luis Felipe Barros destacou que as propriedades gaúchas são pequenas, frente às de outros estados, o custo da alimentação e a baixa escala de abate, frente aos demais estados. “O Mato Grosso abate mais de 230% do que o Rio Grande do Sul, que está em 8º lugar”, disse ele. Ainda foi apontada a desunião da classe e ausência de uma instituição que pense carne 24h por dia.

Entre os itens listados como oportunidades, o presidente do Instituto Desenvolve Pecuária incluiu a sustentabilidade. “O que também está entre nossas forças”, ressaltou Luis Felipe Barros, ao citar a inclusão do gado em áreas degradadas para recuperação do solo. Ele também destacou que é preciso informar que a carne gaúcha é produzida preservando o Bioma Pampa, e deve seguir exemplos como o do vinho gaúcho. “As coisas que estão prontas estão aí para serem copiadas”, concluiu. Barros finalizou sua apresentação instigando a criação de uma entidade que seja independente e pense carne, com integração da cadeia, promovendo a carne gaúcha, a exemplo do Instituto Mato-Grossense da Carne e do Instituto Nacional da Carne, do Uruguai.

Foto: Divulgação
Texto: Ieda Risco/AgroEffective

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