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14 de janeiro de 2025 - 13:03h

A Folha Agrícola

Coccidiostáticos: qual a sua aplicabilidade no manejo da cria e recria?

Coccidiostáticos são substâncias utilizadas na prevenção e controle da coccidiose, uma doença parasitária causada por protozoários do gênero Eimeria. Essa doença é comum em animais de produção e pode causar diarreia, má absorção de nutrientes, perda de peso, redução da produtividade e até mortalidade.

A aplicabilidade dos coccidiostáticos no manejo da recria pode ser uma prática fundamental para manter a saúde e o desempenho dos animais. 

Nesse texto, iremos tratar sobre o impacto que a coccidiose pode trazer na criação das bezerras, quais os fatores de risco e sintomas apresentados pelos animais acometidos e também a aplicabilidade dos coccidiostáticos no manejo das bezerras. 

Impacto da coccidiose na criação de bezerras

A coccidiose (ou eimeriose) bovina é responsável por grandes perdas econômicas na criação de bezerras devido a diminuição de performance produtiva (exemplo: ganho de peso), podendo ainda levar à morte. Há ainda perdas adicionais relacionadas a gastos com medicamentos, além de predispor os animais acometidos a doenças bacterianas ou virais secundárias.

A coccidiose é uma parasitose causada pela Eimeria spp., um protozoário de transmissão oro-fecal, principalmente por meio de estrutura/objetos contaminados no ambiente, por água ou alimento contaminados, ou ainda pelo contato direto entre animais infectados.

Se ingerido, o parasita pode se desenvolver na mucosa intestinal da bezerra, causando morte das células intestinais e resultando em inflamação local, diarreia e sangue nas fezes.  

Por isso, podemos resumir o impacto da coccidiose em: 

  • Impacto na saúde: causa sintomas severos, como diarreia, desidratação, má absorção de nutrientes e, em casos graves, pode levar à morte. 
  • Impacto no desempenho: as bezerras afetadas podem apresentar redução no ganho de peso, crescimento retardado e atraso no desenvolvimento geral, o que compromete o futuro desempenho produtivo.
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Fatores de risco e sintomas de animais acometidos

A infecção por coccidiose ocorre principalmente por volta de 1-2 meses de idade, mas também pode acometer animais até 1 ano de idade.

A infecção provém de ambientes contaminados, especialmente em condições úmidas e quentes. Comumente não acontece nas 3 primeiras semanas de vida, e por isso, a eimeriose não é considerada parte do complexo de diarreia neonatal em bezerras

Embora ocorra em todos tipos de sistema de criação, a coccidiose bovina é mais frequente em animais confinados. Dessa maneira, fatores ambientais e de manejo, como o clima, alojamento, densidade do alojamento, práticas alimentares e como os animais são agrupados são importantes determinantes no risco de coccidiose.   

Embora a severidade dos sintomas possa variar de acordo com a carga parasitária, os animais acometidos apresentam:

  • Diarreia (na maioria das vezes escurecida ou com rajas de sangue);
  • Desidratação;
  • Perda de apetite;
  • Perda de peso.
Bezerro apresentando as fezes com alteração na coloração

Imagem de um bezerro apresentando as fezes com alteração na coloração. Fonte: Laryssa Mendonça

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Aplicabilidade dos coccidiostáticos no manejo de bezerras

Para andar de mãos dadas ao produtor no combate a eimeriose, existem os coccidiostáticos, que se tratam de medicamentos usados na prevenção e tratamento. 

Cada fazenda tem sua individualidade em relação ao uso de coccidiostáticos. Sendo assim, a tomada de decisão em relação a quando e como utilizar deve ser realizada de acordo com os desafios que a fazenda enfrenta com a doença.

Para isso pode-se utilizar o exame de OPG, onde é feita a contagem de oocistos por grama de fezes, identificando animais e lotes com carga baixa, moderada ou alta de infestação pelo parasita. Dessa maneira, com base na carga parasitária desses animais, é possível decidir se eles devem ou não receber o coccidiostático como tratamento.

Os manejos descritos acima promovem o uso racional de medicamentos e diminui as chances de resistência, tornando os parasitas mais difíceis de controlar. Além disso, minimiza os custos e garante um tratamento direcionado para os animais e/ou lotes que realmente precisam no determinado momento.

Após diagnóstico da doença em bezerras sintomáticas, o tratamento prescrito pode ser a base de Sulfa ou Toltrazuril, além do fornecimento de soro hidratante. Ainda é importante que esses animais sejam isolados do grupo para diminuir a contaminação do ambiente com os oocistos do parasita.

Levando em consideração que as bezerras enfrentam esse desafio por volta de 30-60 dias de vida e logo após o desmame, pode ser interessante realizar um manejo preventivo contra coccidioses nesse período, para que assim, tenha maior garantia de melhor desenvolvimento. Por isso, a visualização do desenvolvimento geral dos animais nessas fases críticas é de suma importância para diagnóstico situacional. 

Como parte do manejo e controle preventivos é importante garantir que todas as bezerras entrem e sejam mantidas em um ambiente limpo e com boa ventilação.

As bezerras devem ter densidade de grupo adequada para evitar superlotação, com todos os comedouros e fontes de água elevados para diminuir a contaminação fecal. Um sistema all-in/all-out (onde todos os animais ocupam e desocupam o espaço no mesmo momento) pode ser usado para grupos que se movimentam entre os piquetes.

Em resumo, o uso de coccidiostáticos nos sistemas de produção adotados, pode ser considerado uma prática vital no manejo da recria de bezerras leiteiras para prevenir a coccidiose e assegurar um crescimento saudável dos animais.

Implementar um programa integrado para o controle da coccidiose, o qual combina o coccidiostático com boas práticas de manejo e o monitoramento constante, é fundamental para o sucesso.

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Amanda Lourenço
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