No extremo sul do Brasil, outra estiagem se prenuncia, sucedendo à enchente devastadora do ano passado, com uma grande mudança de clima.
Só uma coisa não muda: a teimosia dos dirigentes que ainda não entenderam algo que o mundo inteiro já sabe, há mais de 100 anos, do Tennesse até a China, passando pelo Egito: a melhor coisa que se pode fazer para cuidar da água doce é armazená-la e cuidá-la em reservatórios, onde alguém é responsável por esse cuidado.
Essa matéria da FOLHA AGRICOLA, prova que reservatórios não são coisa do demônio, como dizem não só os leigos, mas até alguns técnicos ambientais que eu conheço e que vocês conhecem.
Bem projetados, reservatórios são lindos lagos que servem para ajudar a conter a água nas enchentes e guardar as águas para usar durante as secas. E isso, sem precisar retirar água das reservas subterrâneas, de alta qualidade, mas usando a água da superfície, antes que ela vá para os oceanos.
Reservatórios servem para a piscicultura, a navegação, o turismo, o lazer, a irrigação, o aumento da renda dos produtores rurais de todos os tamanhos!
Os lobbies do carvão e do petróleo já fizeram muitos estragos no Rio Grande, forçando os governos a proibirem a construção de pequenas, médias e grandes hidrelétricas. E claro, a fecharem os olhos para a poluição que causam as térmicas fósseis.
Só no rio Taquari-Antas a CEEE encontrou 57 potenciais hidrelétricos que poderiam armazenar milhões de metros cúbicos de água da chuva para evitar o bombeamento das reservas gaúchas. Mas a teimosia, depois de muitos anos, vira vício. E a FEPAM proibiu o licenciamento ambiental de 54 deles, alegando “danos paisagísticos”.
A maioria das pessoas, principalmente no setor público, tem medo de reconhecer que erraram feio ao seguir apenas o que dizem as reportagens sensacionalistas da mídia, sem estudar com isenção cada problema com um olhar mais amplo. Menos focado em sua individualidade em suas opiniões ideológicas.
Agora deu no que deu. O Rio Grande preferiu não seguir o exemplo do Vale do Tennessee onde o governo americano construiu 26 hidrelétricas que acabaram com as enchentes, viabilizaram a navegação e irrigaram com alta produtividade o Meio Oeste entre 1930 e1940.
Agora, para os agricultores o remédio é contabilizar os prejuízos e recorrer ao seguro rural.
E dizermos todos juntos: “Parabéns”, aos senhores responsáveis por essa barbeiragem que já se aposentaram!
É hora de dizermos “Boa Sorte!” aos responsáveis que substituíram os aposentados e estão com o problema nas mãos. e “Muito Juízo!”
Assista o nosso podcast de hoje no Canal Hidroevida!