(DA REDAÇÃO) www.enercons.com.br
As duas PCHs, denominadas PCH KM 14 e PCH KM 19, serão construídas pela ENERBIOS, empresa do Grupo ENERCONS, no rio dos Patos, a 200 km de Curitiba, na divisa entre os municípios de Prudentópolis e Guamiranga.
Ambas somam 18.300 kW de potência instalada, permitindo atender 9.000 famílias, sem possuir barramentos nem reservatórios para redução dos impactos.
Juntas terão investimentos de 133 milhões de reais, iniciando sua operação comercial em 2030. O grupo paranaense completou 24 anos em operação em outubro passado, e tem mais de 100 estudos e projetos de pequenas hidrelétricas realizados para mais de 120 clientes.
Seu CEO e fundador Ivo Pugnaloni, que foi presidente da COPEL DISTRIBUIÇÃO e da ABRAPCH, esclarece que essas usinas e outras três que a empresa está desenvolvendo no rio Chapecó, em Santa Catarina, foram projetadas no sistema ESG de alta qualidade ambiental, responsabilidade social e governança.
Em ambas há previsão de instalações de piscicultura e fruticultura conjugadas, para serem operadas em cooperação com os produtores da agricultura familiar da região.

Corte transversal das instalações de piscicultura e fruticultura que poderão ser instaladas nas PCHs da ENERCONS no Rio dos Patos em cooperação com os proprietários.
Um trabalho de mais de 15 anos
Formado pela UFPR em 1976, Pugnaloni conta que foi um longo trabalho para conseguir aprovação da ANEEL para que os barramentos pudessem deixar de ser construídos, pois constavam do inventário aprovado em 2001e a agência é obrigada por lei a cuidar para que os potenciais hidrelétricos da União sejam bem aproveitados.
“Provamos que os reservatórios por serem muito pequenos, pouco representavam em capacidade de armazenamento de energia. Ao remover barramentos mantivemos quase intacto o ambiente, reduzimos a zero a área alagada e baixamos de forma significativa custo das usinas. E com isso o preço das tarifas ao consumidor, melhorando ainda nossa competitividade no leilão que vai ocorrer em julho desse ano”, continuou.
“O mais importante é que nossas usinas reduzirão os períodos em que o Paraná e o Brasil dependem da operação das termoelétricas movidas a diesel, carvão, óleo, gás ou urânio, que segundo a IEA aumentaram em 664% entre 1995 e 2023. Sem dúvida produzindo energia 10 vezes mais cara que as hidrelétricas, encareceram muito as tarifas para o consumidor. E sujam nossa atmosfera, produzindo doenças cardiorespiratórias principalmente nas periferias das cidades onde se situam”, agregou.
Fontes Permanentes e fontes Intermitentes
“As pessoas não sabem, mas existem apenas duas formas de gerar energia 24 horas sem parar, de forma permanente. Ou usamos hidrelétricas ou teremos que usar termelétricas, 60 vezes mais poluentes”.
“As usinas solares são ótimas, muito úteis, mas são intermitentes e apesar de ser ótimo aproveitar a luz do sol, elas deixam de operar quase totalmente nos dias nublados e de chuvas. E claro, todos os dias, depois das 4 da tarde até 9 horas da manhã do dia seguinte”.
Reservatórios são baterias de energia feitas de água doce
“Todos os dias ouvimos falar de novas baterias que devem durar mais do que cinco anos. Mas seu altíssimo custo faz com que nem sejam produzidas no Brasil”
Ivo diz que as hidrelétricas aliam o útil ao agradável, pois além de formaram lindos e agradáveis lagos, é possível conjugá-las com o turismo, a piscicultura, a fruticultura, a irrigação, a água para abastecimento das cidades, a navegação fluvial, o lazer, a educação ambiental e os esportes.
“As hidrelétricas são verdadeiras baterias naturais que ajudam muito às fontes solares, pois estas, tendo preferência na operação, podem guardar sua energia extra na forme de água armazenada nos reservatórios”, argumentou.
“A construção das usinas certamente vai permitir viabilizar ou fortalecer inúmeras oportunidades de turismo rural, parques aquáticos, pesque pague, além é claro de diversificar a receita dos produtores rurais com a fruticultura e a piscicultura”.
Segundo Pugnaloni, as usinas além de não possuírem mais reservatórios nos projetos, não afetarão nenhuma cachoeira, pois aquele trecho, o rio dos Patos não possui nenhuma queda concentrada, mas apenas corredeiras. Já quanto aos equipamentos de geração, materiais e empresas construtoras serão 100% brasileiros, gerando empregos em território nacional, a maioria na região”, assegurou.
A EK75 e o “Monteiro Lobato das Pequenas Hidrelétricas”
“Outro dia fui chamado de “Monteiro Lobato das Hidrelétricas” porque não canso de defender as PCHs, dizer que, segundo a Agência Internacional de Energia, citada pela Meta AI, nosso Brasil possui 260 GW de potenciais hidrelétricos. Temos o terceiro maior potencial remanescente do mundo, com 10% do total e não isso não pode ser “cancelado” pelos políticos, só porque a moda agora é importar painéis da China”
Ivo reclama que isso parece muito como no passado, na década de 50, quando políticos que tenham negócios de importação de gasolina, espalhavam por interesse próprio o boato de que “no Brasil não havia petróleo”, criticando Monteiro Lobato por afirmar o contrário e defender que o Brasil explorasse esse potencial, do qual hoje é o 10 maior detentor de reservas, com 26 bilhões de barris.
“Numa entrevista para o Canal Hidro é Vida, só porque eu disse que as hidrelétricas são parte da história do Brasil, o “âncora”, muito simpático, veio com essa do Monteiro Lobato, de quem eu não chego nem aos pés!”
Pugnaloni disse ainda que é impossível falar da indústria brasileira sem render homenagem e muito respeito aos pioneiros, que instalaram pequenas usinas nas cidades de nosso interior para poder implantar fábricas e gerar empregos.
“Um deles, foi Euclides Damiani, um empresário paulista que vindo implantar uma fábrica de papel em Prudentópolis, construiu a pequena usina do Salto Rio Branco, que por coincidência dista um quilometro e meio a montante da nossa PCH KM 19, onde faleceu em 5 de fevereiro de 1957, vítima da fúria das águas em uma cheia durante as obras”, previu.
ENERCONS aposta em micro hidrelétricas padronizadas para GD
“Nossa empresa, acompanhando a evolução da tecnologia e da legislação, que agora novamente é menos restritiva aos empreendimentos hidrelétricos, também está trabalhando com usinas hidrelétricas de menor porte, compensando à noite e de madrugada, a energia que as solares deixam de gerar”
A ENERCONS está atendendo todo Brasil com a EK75, uma micro hidrelétrica com 75 kW de potência instalada, a primeira do Brasil, padronizada para aproveitar quedas d’água acima de 7 metros.
Segundo Pugnaloni, a receita mensal ao produtor rural pode chegar a até 20 mil reais, com um investimento que varia de 1 a 1,5 Milhões, sem considerar ainda a receita advinda dos créditos de carbono, no sistema de geração distribuída”, que usa as mesmas regras da energia solar.
“A nossa EK75 é 100% projetada, fabricada e instalada com tecnologia 100% nacional, e não por empresas sediadas do outro lado do mundo”, concluiu o profissional, que já foi presidente e um dos fundadores da associação brasileira de pequenas centrais hidrelétricas.