Comentário de Ivo Pugnaloni-
Nos Estados Unidos, 25% da energia elétrica consumida provem de carvão, 40% do gás metano, 20% da energia nuclear, 2% do diesel, 1% de óleo pesado. Certamente essa é uma matriz muito suja e poluente, com 87% de energia fóssil e apenas 13% renovável.
No Brasil, ao contrário dos Estados Unidos, 70% da energia efetivamente consumida provêm não apenas das hidrelétricas grandes, como Itaipu, mas também das pequenas, mini e micro usinas hidrelétricas. Temos o maior índice mundial de uso da água corrente para gerar energia.
E deveríamos ter muito orgulho destas usinas e dos que tiveram a inciativa e a coragem de construir essas obras de engenharia ambientalmente primorosas.
Os americanos têm apenas 8% de hidrelétricas. Mas pelo jeito do Secretário Marco Rubio, queriam ter muito mais hidrelétricas. De preferência, parece que querem ter a metade de Itaipu, pelo que diz a notícia sobre essa audiência no Congresso.
No Brasil 70% da geração, felizmente, depende apenas das chuvas, que apesar de a cada 11 anos apresentarem um período de seca e outro de cheias, tem uma regularidade tão grande, mas tão grande, que nosso país tem a quarta maior agropecuária do mundo.
Nos Estados Unidos, 87% da eletricidade é suja e cara, mas é firme. Segura. Confiável. A nossa poderia ser também, muito firme, mas com mais hidrelétricas, e não com mais termelétricas como nos EUA.
Pois a solar e a eólica são intermitentes, ou seja, são “usinas-vagalume”, que acendem e apagam conforme a quantidade de nuvens ou de vento que esteja soprando.
No nosso Brasil, por dependermos em grande parte da chuva e não do petróleo para gerar energia hidrelétrica, felizmente fomos obrigados, a construir reservatórios.
Reservatórios não são apenas obras, mas verdadeira obra prima de inteligência e racionalidade, num mundo onde todos dizem que vai faltar agua, mas onde, alguns passaram a ser contra construir-se hidrelétricas que armazenem água, já que a maior parte deles recebem da indústria que fabrica termelétricas ou dos que importam e vendem combustíveis fósseis.
E no fundo, no fundo, não estão nem um pouco preocupados com a falta de água. Senão não seriam contra a construção de hidrelétricas, por interesse financeiro próprio,
Eles são contra a construção desses lindos lagos, com inúmeros outros usos, ainda incipientes em termos de quantidade, mas cheios de usos para o turismo, lazer, educação ambiental, hidrovias, irrigação por gotejamento com água superficial e favorecendo a percolação do precioso líquido para nossos aquíferos e reservas subterrâneas.
Sem falar na enorme segurança contra os efeitos das enchentes, que também a cada 11 anos, coincidindo com os ciclos das manchas solares, afetam todos os países da Terra.
Chega a ser ridícula a forma como tantos especialistas conseguem falar de energia renovável sem mencionar, nenhuma vez em seus vastos artigos publicados com fartura por suas gigantescas corporações, as palavras “energia hidrelétrica”.
Mas as sábias palavras do Secretário de Estado Marco Rubio ao Congresso Americano ontem mostram a todos que souberem ouvir e tenham um mínimo de patriotismo: as hidrelétricas são a única fonte que é renovável sim, mas também, confiável.
As palavras são uma autêntica prova de como é valido o antigo proverbio do “Faça como eu digo, mas não faça o que eu faço” pois enquanto através de suas ONGs os americanos nos dizem que as hidrelétricas são más e demoníacas, seu Secretario de Estado sugere que empresários americanos passem a perna no Brasil, comprem os 50% da energia de Itaipu QUE NÓS COMNSTRUIMOS!
Mostra também como são tolas ou mal-intencionadas aquelas palavras dos pseudo “defensores” do ambiente que querem que implantemos apenas usinas “vaga lume” para que à noite e de madrugada, as termelétricas fósseis dos que pagam por seus artigos, funcionem cada vez por mais tempo para cobrir a carga que ficará sem energia. E tome mais bandeira vermelha, na sua conta, dona Maria.
O Globo-
Secretário dos EUA sugere uso da energia de Itaipu para IA, em meio a impasse entre Paraguai e Brasil
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou nesta terça-feira que a energia excedente da hidrelétrica de Itaipu poderia ser usada para o desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial (IA), tecnologia que avança no mundo e que tem na oferta energética um de seus principais gargalos.
Brasil e Paraguai tinham um acordo para que a energia excedente Itaipu correspondente à parcela paraguaia fosse vendida ao mercado brasileiro. Esse acordo vigorou por 50 anos, mas expirou em 2023, e os dois países negociam o que fazer com esse excedente.
— Se alguém for esperto, vai até o Paraguai e vai instalar uma fábrica de IA lá — afirmou Rubio em audiência da Comissão de Relações Exteriores no Senado dos EUA ontem.
Ao responder uma pergunta do senador republicano John Curtis, de Utah, ele disse que o planeta não produz energia suficiente para a demanda dos países e que isso abre espaço para oportunidades estratégicas.
De um lado, disse Rubio, há nações que podem “entregar energia de forma eficiente e em volume suficiente”. Para essas nações, o secretário de Estado considera que há uma grande oportunidade para “serem líderes no campo da IA”. Mas, por outro lado, isso vai colocar pressão nos outros países que precisam de recursos energéticos, segundo ele.
— Então temos que ter conversas sobre não apenas qual é o nosso papel (dos EUA) nessa questão como também como investimos e fazemos parcerias com países que têm suprimento de energia — acrescentou Rubio.
Em seguida, ele cita o caso paraguaio como exemplo:
— O Paraguai tem um acordo de longo prazo com o Brasil pelo qual ele vende 50% da energia produzida. Esse contrato expirou e estão tentando ver o que fazem com esses 50% que não vão mais para o Brasil. Você não consegue colocar essa energia em tanques e enviar para outros países.
A geração de energia da usina de Itaipu, que fica na fronteira entre Brasil e Paraguai, é dividida: 50% para cada país. Historicamente, porém, o Paraguai usa menos que esse percentual e vende a sobra para o Brasil.
Com o fim do prazo do contrato, um novo acordo foi feito entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente paraguaio Santiago Peña, em 2024.
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