Parlamentar paulista vem ganhando visibilidade nacional ao se aproximar de pautas ligadas à fé, cultura e valores populares
Em Brasília, as recentes pesquisas que mostram recuo da popularidade do presidente Lula entre os católicos brasileiros evidenciam um movimento já observado nos bastidores, e que favorece a formação de um grupo de oposição no Congresso Nacional.
Lideranças religiosas, setores da imprensa e analistas têm observado o surgimento de uma nova frente em torno de alternativas viáveis. A avaliação é de que Lula não terá como recuar no desgaste frente ao eleitorado cristão, principalmente nos católicos – maior grupo religioso do Brasil.
A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta (4) mostra que a desaprovação do presidente no eleitorado católico é maior que sua aprovação pela primeira vez em seu governo: 53% o desaprovam contra 45% que o aprovam. Em dez meses essa aprovação era de 60% e a desaprovação de 37%. Na Câmara dos deputados, líderes apontam internamente que o nome da deputada federal Simone Marquetto (MDB-SP) deve começar a ganhar espaço. Ex-prefeita de Itapetininga (SP), Marquetto foi reeleita com uma das maiores aprovações do estado de São Paulo. Hoje ela tem a simpatia do presidente da sigla, deputado Baleia Rossi, de quem é próxima.
A avaliação é de que sua atuação no Congresso e em eventos de relevância nacional tem chamado atenção por combinar “experiência administrativa, linguagem acessível e equilíbrio político”. Marquetto tem mantido interlocução constante com movimentos leigos católicos, representantes da CNBB e lideranças populares. Foi uma das parlamentares convidadas a integrar a comitiva que trouxe ao Brasil a Cruz da Primeira Missa, como parte das celebrações dos 525 anos da chegada da fé ao território brasileiro.
Internamente, sua presença em eventos no Nordeste, no Norte e Sudeste nos últimos meses demonstra uma movimentação estratégica, ainda que discreta, que aumenta sua projeção nacional — inclusive junto a influenciadores digitais e comunicadores religiosos. Seu nome é mencionado ao lado de figuras como Diego Garcia (Republicanos-PR) e Eros Biondini (PL-MG), porém com vantagem por ter perfil mais amplo e presença em temas além da pauta religiosa. “É uma liderança que une valores sociais, preparo técnico e capacidade de diálogo. Em momentos de fragmentação, nomes assim passam a ser vistos como pontes”, afirma um cientista político ouvido sob reserva.
