fbpx
loader image

23 de julho de 2025 - 18:10h

A Folha Agrícola

ACEBRA: Plano Safra 25/26 consolida a decisão do Estado Brasileiro de deixar a Agricultura Empresarial

O lançamento do Plano Safra 2025/2026, realizado nesta semana pelo governo federal, provocou reações de diversos setores do agronegócio brasileiro. Com um valor total de recursos de R$ 516,2 bilhões, com acréscimo de R$ 8 bilhões em relação à safra anterior, o Plano Safra atual teve repercussão imediata e gerou reação de representantes dos principais setores produtivos e entidades do agro.

Para a Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA), o Plano Safra atual consolida a decisão do Estado brasileiro de deixar a agricultura empresarial, quando o assunto é subvenção de recursos para dar suporte à produção agrícola nacional.

Cada vez mais, os recursos estão sendo direcionados para a agricultura familiar, que neste Plano Safra veio com juros mais elevados que em anos anteriores. E o setor empresarial tem sido, cada vez mais, empurrado para os recursos privados.

De acordo com o presidente da ACEBRA, Jerônimo Goergen, “o que temos, na prática, é um ambiente de insegurança: ameaças de aumento de impostos sobre ferramentas essenciais como a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) afastam investidores e encarecem ainda mais o custo do financiamento privado. Isso afeta todo o setor — inclusive a agricultura familiar, que, mesmo sendo foco da política oficial, enfrenta dificuldades reais para acessar crédito a taxas viáveis.”

No tema da armazenagem, além dos poucos recursos disponibilizados, questões legais impedem o acesso das cerealistas, o que dificulta a ampliação da capacidade estática no país. Para Goergen, “isso é um erro estratégico do Brasil, uma vez que a armazenagem é fundamental para o agro brasileiro, mas não é tratado como prioridade pelos governos ao longo dos anos.”

Para o Diretor-Executivo da ACEBRA, Roberto Queiroga, “o aumento dos juros equalizados, em razão do custo elevado da subvenção com uma Selic de 15%, acaba afastando o crédito oficial do produtor rural. Mecanismos de mercado devem ser desonerados e atores como as empresas cerealistas acabam sendo demandadas pelos produtores rurais.”

Associação das Empresas Cerealistas do Brasil