Na comunidade do Divisor, interior de Francisco Beltrão, sudoeste do Paraná, a família Sachetti mantém viva a tradição da agricultura familiar e do trabalho coletivo. Larine Sachetti, filha caçula de Francisco e Lucia Tomé Sachetti, cresceu cercada pelos valores da terra e da produção artesanal, que hoje se transformam em pães e quitutes levados semanalmente às feiras da Coopafi (Cooperativa Agropecuária Familiar de Francisco Beltrão).
A trajetória da família no município remonta a 1960, quando os avós e tios de Larine, junto de seu pai ainda criança, deixaram o Rio Grande do Sul e se estabeleceram na comunidade do Divisor. Desde então, a agricultura foi o pilar de sustento, com o cultivo de uma variedade de produtos para a sobrevivência e a comercialização local.
Com o passar dos anos, os irmãos de Francisco foram se casando e deixando a casa dos pais. Coube a ele permanecer na propriedade para cuidar dos avós. Em 1990, Francisco se casou com Lucia, dando início a uma nova etapa da família. Dois anos depois, nasceu a primeira filha do casal, e em 2000 chegava Larine para completar a família.
A ligação com a feira começou em 2008, quando Francisco e Lucia iniciaram as vendas na Coopafi, no bairro Cristo Rei. O negócio familiar ganhou força em 2022, com a participação também na feira do bairro Cango, onde a clientela encontra os panificados produzidos artesanalmente ao longo da semana. “É um trabalho que exige dedicação, mas também traz muita satisfação, porque sabemos que as pessoas levam para casa um alimento fresco, feito por nossas próprias mãos”, conta Larine.
Hoje, além dos produtos vendidos na feira, a família mantém algumas vacas de leite para o consumo próprio, preservando o jeito simples e autossustentável de viver no campo. A irmã de Larine, por sua vez, seguiu o mesmo caminho da agricultura: casou-se e mudou-se para o interior de Dois Vizinhos, onde cultiva verduras destinadas à merenda escolar.
A família Sachetti enxerga o futuro com esperança e continuidade. A ideia é seguir com a produção para as feiras e manter a tradição de plantar os alimentos que consomem diariamente. “Nossa vida sempre foi ligada à terra. A feira nos conecta com a cidade, mas nossas raízes continuam firmes aqui no campo”, resume Francisco.
Assim, entre gerações, a família Sachetti mostra que a agricultura familiar é mais do que trabalho: é cultura, é alimento e é um legado que se fortalece a cada nova safra.
