A merenda escolar no Brasil é mais do que um direito garantido às crianças: é também uma política que pode transformar realidades no campo. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) estabelece que pelo menos 30% dos alimentos servidos nas escolas devem ser adquiridos da agricultura familiar.
Essa medida fortalece comunidades locais, incentiva a produção de alimentos saudáveis e aproxima consumidores e produtores. Estudos mostram que, quando bem implementada, essa política amplia o consumo de frutas, legumes e hortaliças nas escolas e gera renda para agricultores que muitas vezes não têm acesso aos grandes mercados.
Apesar dos avanços, ainda existem barreiras: burocracia, exigências sanitárias rígidas e dificuldades logísticas. Mas experiências exitosas revelam que a cooperação entre gestores públicos, nutricionistas e agricultores pode superar esses desafios.
Ao priorizar alimentos locais e agroecológicos na merenda, o Brasil avança em segurança alimentar, combate à fome e preservação ambiental, além de valorizar quem de fato sustenta a mesa dos brasileiros: a agricultura familiar.
Doutoranda em Geografia pela linha de Meio Ambiente, Gislene Titon. Nutricionista por formação com mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional.