fbpx
loader image

14 de outubro de 2025 - 17:12h

A Folha Agrícola

Agricultores familiares se unem em defesa da produção de leite e pedem ações urgentes do governo

Mobilização em São Jorge d’Oeste reúne produtores de toda a região Sudoeste; Fetraf-PR reforça necessidade de políticas públicas para garantir renda e permanência das famílias no campo

Nesta terça-feira (14), dezenas de agricultores familiares ocuparam o Trevão de São Jorge d’Oeste em uma grande mobilização pela valorização da produção leiteira no Sudoeste do Paraná. O ato reuniu produtores, lideranças sindicais e cooperativas da região, em um grito de alerta sobre a crise enfrentada pelo setor.

A atividade está à beira de um colapso em virtude da queda nos valores pagos pelos laticínios e do alto custo de produção. Entre as principais reivindicações, estão a criação de um preço mínimo para o litro de leite, uma subvenção direta emergencial de R$ 0,30 por litro pelo período de 90 dias, e limitações na importação de leite e derivados do Mercosul.

Segundo o coordenador da Fetraf-PR, Elizandro Krajczyk, o movimento é um chamado à unidade dos agricultores e à responsabilidade do poder público.

“Estamos aqui no Trevão de São Jorge d’Oeste, somando forças na luta dos agricultores familiares produtores de leite. O desafio é muito grande, por conta da queda no preço do produto, que tem inviabilizado muitos agricultores, especialmente aqui no Sudoeste. A crise chegou com força, e precisamos nos unir, lutar por políticas que garantam a sustentabilidade e a dignidade das famílias que vivem da atividade”, afirmou.

Elizandro destacou ainda que o abandono da atividade leiteira é crescente nos pequenos municípios da região.

“Há poucos anos, no meu município, Pérola D’Oeste, tínhamos mais de 500 produtores de leite. Hoje, restam pouco mais de 160 com mais de quatro vacas leiteiras. Isso mostra o tamanho da crise e a urgência de medidas concretas”, ressaltou.

O dirigente lembrou que a produção de leite é uma das principais fontes de renda e geração de emprego na agricultura familiar, e que sua desvalorização ameaça diretamente a economia rural e o abastecimento interno.

“Essa luta não pode parar quando o preço estabilizar. Precisamos de políticas permanentes de incentivo ao consumo do leite, fomento à produção familiar e valorização de quem produz. É uma pauta de toda a sociedade, não apenas da Fetraf”, enfatizou.

A Cooperativa de Leite da Agricultura Familiar (Claf) de Dois Vizinhos também participou do movimento. Para o presidente da entidade, Lucas Daniel Felizardo, o momento exige união e ação imediata das autoridades.

“Essa mobilização quer chamar a atenção de todos — vereadores, prefeitos, deputados, senadores, o presidente da República. Precisamos que olhem para nós. Não importa de onde venha a ajuda ou quando surgiu o problema, queremos que ele seja resolvido”, destacou.

A Fetraf-PR reafirmou que seguirá ao lado dos agricultores nas próximas mobilizações.

“Onde houver um agricultor com desafio a ser enfrentado, lá estará a organização sindical, lutando junto. Essa é uma pauta pelo futuro da agricultura familiar e pela dignidade de quem vive do leite”, concluiu Elizandro Krajczyk.

O movimento integra uma série de ações que vêm sendo articuladas em todo o Sul do país, com o objetivo de pressionar o governo federal por medidas emergenciais e estruturais que garantam a sobrevivência da produção de leite familiar no Brasil.

Document

Cotações Agrícola

Milho

R$ 69,02

Soja

R$ 133,99

Trigo

R$ 79,61

Feijão

R$ 143,36

Boi

R$ 306,40

Suíno

R$ 7,88

Leite

R$ 2,74

Leia mais