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16 de outubro de 2025 - 14:39h

A Folha Agrícola

O papel da IA e as barreiras para o uso de robotaxis no Brasil

Por Stela Kos, Diretora de Mobilidade Regional da América do Sul e México na TÜV Rheinland

A adoção de robotaxis ou táxis-robôs cresce na América do Norte, Europa e Ásia. A Waymo aumenta sua frota nos Estados Unidos, a Tesla usará o modelo Y para fazer o transporte de passageiros no Texas e lançará o Cybercab, veículo focado no transporte de passageiros, em 2026. No mesmo ano, a Uber Technologies, que firmou parceria com a Beijing Momenta Technology, que opera sistemas autônomos na China, implantará táxis-robôs em sua plataforma em vários mercados globais, começando pela Europa.

A disseminação dos veículos sem condutores foi possível pelo desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA), capaz de analisar e processar as informações geradas pelo sensor lidar (light detection and ranging), radares, câmeras e receptores externos de áudio, que funcionam como se fossem olhos e ouvidos de um motorista humano. A Waymo, precursora dos táxis-robôs, usa os dados gerados pelos sistemas e analisados pela IA para fazer uma navegação capaz de “avistar” outros veículos, ciclistas, pedestres e entender semáforos e sinais de trânsito.  

A IA é capaz de lidar com a complexidade e a diversidade de cenários que acontecem no trânsito de grandes cidades, incluindo o comportamento errático dos condutores de outros veículos e pedestres, se um animal cruza uma via e até mudanças do clima, como a ocorrência de diferentes volumes de chuva, que interferem na condução do veículo. A tecnologia ainda avalia a forma mais segura de o veículo fazer uma conversão em uma interseção movimentada ou o melhor momento para ingressar em uma faixa e, caso não seja possível realizar a ação por questões de segurança, a rota é refeita.  

Outro benefício proporcionado pela IA é a possibilidade de cada veículo compartilhar informações coletadas nas viagens com o restante da frota. As experiências e o conhecimento sobre o comportamento dos condutores humanos e pedestres coletadas pela IA de um veículo são compartilhados, quando há uma conexão de internet disponível que possibilite a transferência de dados, com os demais veículos da frota. Dessa forma, todos os veículos mantêm um aprendizado constante e são capazes de saber, por exemplo, se há uma obra nova em alguma via e é necessário fazer um desvio.  

Antes de começar a transportar pessoas, os veículos operados pela Waymo rodaram mais de 40 milhões de quilômetros no período de testes, e o tráfego ocorre em vias previamente mapeadas. Além da capacidade tecnológica, o foco principal no desenvolvimento dos sistemas e da IA é a segurança no transporte. Segundo uma pesquisa da seguradora Swiss Re, os veículos autônomos da empresa são mais seguros do que aqueles conduzidos por humanos, com 92% menos reivindicações de responsabilidade civil em casos de acidentes.

Saber como os robotaxis funcionam antes de termos esse tipo de veículo trafegando no país é essencial para legisladores, empresas, motoristas e pedestres brasileiros. É importante ressaltar que, além de toda a tecnologia disponível no veículo, o foco não foi a velocidade no transporte, mas a segurança de passageiros, condutores humanos e pedestres.  

No Brasil, o Projeto de Lei (PL) 1.317 de 2023, que altera o Código de Trânsito Brasileiro, e o PL 3.641 de 2023, que dispõe sobre as diretrizes para a circulação, operação e uso de veículos autônomos no território nacional, ressaltam a importância de serem realizados testes para avaliar o funcionamento dos sistemas na realidade do país, sendo que, em caso de sinistros, esses testes devem ser paralisados, além da criação do cadastro nacional de acidentes com veículos autônomos, ações que também aconteceram nos EUA.  

O Brasil pode caminhar em uma velocidade abaixo de outros mercados para a implantação dos robotaxis, mas, mais importante que a velocidade, são os cuidados de empresas e reguladores nos processos para que a implantação da tecnologia promova benefícios de mobilidade de forma segura à população. É importante que, além de conhecer as vias e as leis, a capacidade da IA de analisar o comportamento dos condutores humanos e pedestres seja usada para definir as rotas e as ações mais seguras no trânsito.

TÜV Rheinland: há 150 anos tornando o mundo mais seguro

A TÜV Rheinland é uma das principais fornecedoras de serviços de testes e inspeções do mundo, com receita anual superior a 2,7 bilhões de euros e cerca de 26.000 colaboradores em mais de 50 países. Seus especialistas altamente qualificados testam sistemas e produtos técnicos, viabilizam a inovação e apoiam empresas na transição para uma atuação mais sustentável. A empresa capacita profissionais em diversas áreas e certifica sistemas de gestão conforme padrões internacionais. Com expertise reconhecida em áreas como mobilidade, fornecimento de energia e infraestrutura, a TÜV Rheinland assegura qualidade independente em todas as etapas, inclusive em tecnologias emergentes, como hidrogênio verde, inteligência artificial e condução autônoma. Dessa forma, contribui para um futuro mais seguro e melhor para todos. Desde 2006, a TÜV Rheinland é signatária do Pacto Global da ONU, que promove a sustentabilidade e combate à corrupção. Para saber mais, acesse: https://tuv.com

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