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20 de outubro de 2025 - 15:13h

A Folha Agrícola

Agricultura familiar sofre comquedas no preço do litro de leite

FETAEP e demais entidades mobilizam mais de 300 produtores de leite para ato amanhã (21) em frente à Assembleia Legislativa do Paraná

Mais de 300 produtores de leite de todo o Paraná participam nesta terça-feira (21) de um ato em frente à Assembleia Legislativa, durante a audiência pública que debaterá a crise no preço do leite, a partir das 9h. A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores(as) Familiares do Paraná (FETAEP) participará da audiência e levará uma pauta com reivindicações da agricultura familiar aos deputados Luis Corti (PSB), Reichembach (PSD) e Luciana Rafagnin (PT), propositores do debate.


A produção de leite é uma das principais atividades da agricultura familiar no Paraná, sendo fonte essencial de renda, geração de empregos e permanência das famílias no campo. Segundo a FETAEP, 86% das 110 mil unidades produtoras de leite do Estado pertencem à agriculta familiar. “Uma cadeia de grande importância social e econômica e que está entre as mais impactadas pela baixa nos preços do litro do leite e pela falta de políticas públicas eficazes que garantam a regulamentação adequada do setor”, salienta o presidente da FETAEP, Alexandre Leal dos Santos.

Importações e custos afetam a cadeia

O aumento nos custos de produção e as importações desreguladas de leite em pó da Argentina e do Uruguai vem agravando a situação dos produtores. “A entrada de leite em pó importado e sua posterior reidratação em território nacional prejudica diretamente a cadeia nacional. É necessário que o Governo do Estado proíba essa prática e garanta condições justas de concorrência”, reforça Leal. A FETAEP também defende maior fiscalização federal sobre os leites importados e regras mais rígidas para a indústria e o varejo.

Ao trocar o leite fluido pelo composto lácteo que vem de fora, segundo o produtor de leite e ex-deputado estadual, Pedro Ivo Ilkiv, os lacticínios prejudicam os produtores locais. “O Estado precisa regulamentar essa entrada, que hoje é facilitada por exigências muito menores do que as impostas ao Brasil quando exporta”. Na mesma linha, o produtor e ex-deputado federal Assis do Couto lembra que, mesmo diante da crise, o varejo mantém sua margem de lucro, o que agrava a situação de quem produz.

Mobilização e propostas

A pauta da FETAEP foi construída em conjunto com lideranças sindicais das dez regionais da entidadee representantes da cadeia produtiva do leite, reunidos nos dias 16 e 17 de outubro, na sede da Federação, em Curitiba. Durante o encontro, o grupo analisou os impactos da queda de preços, o aumento dos custos e a concorrência das importações, além de definir estratégias coletivas de enfrentamento.

A FETAEP também articula a criação de uma Comissão Permanente da Cadeia do Leite em parceria com várias outras organizações. “Nosso propósito é sensibilizar o governo federal, o congresso nacional, os governos estaduais e as assembleias legislativas, os prefeitos municipais e câmaras municipais de vereadores para garantir a continuidade dos debates e encaminhamentos futuros”, afirma o presidente da Federação.

Preço do leite

Segundo a última resolução publicada pelo Conseleite-PR (Conselho Paritário entre Produtores e Indústrias de Leite do Estado do Paraná), o valor de referência projetado do leite padrão, no mês de setembro, foi de R$ 2,26 o litro, enquanto o pasteurizado chegou a R$ 4,30. No mesmo período do ano passado, este valor de referência do leite padrão foi de R$ 2,5374 e do pasteurizado R$ 4,62 o litro.

“Ou seja, a diferença já chega a quase R$ 0,30 por litro. Sem contar que, em algumas regiões do Estado, o valor pago está abaixo de R$ 2,00. Os produtores estão pagando para trabalhar, enquanto os valores praticados nas gôndolas dos supermercados seguem os mesmos”, lamenta o presidente da FETAEP, Alexandre Leal dos Santos, dizendo ainda que é preciso averiguar onde está esse gargalo.


Números da produção

Segundo o MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária), o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, com mais de 34 bilhões de litros por ano. O alimento é produzido em 98% dos municípios brasileiros, tendo a predominância de pequenas e médias propriedades, empregando cerca de 4 milhões de pessoas. 

Dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB) apontam que o Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil. Em 2024, o Estado produziu 4,6 bilhões de litros, com Valor Bruto de Produção superando os R$ 12,1 bilhões – ficando apenas atrás de Minas Gerais. Somente a região de Castro, conhecida como a Capital Nacional do Leite, foi responsável pela produção de 484 milhões de litros.


Renata Souza

Comunicação/ Assessoria de Imprensa FETAEP

Document

Cotações Agrícola

Milho

R$ 69,02

Soja

R$ 133,99

Trigo

R$ 79,61

Feijão

R$ 143,36

Boi

R$ 306,40

Suíno

R$ 7,88

Leite

R$ 2,74

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