fbpx
loader image

22 de outubro de 2025 - 10:49h

A Folha Agrícola

O segredo por trás da eficiência nutricional das culturas agrícolas está dentro das plantas

Por Luciane Balzan, engenheira agrônoma especializada em fertilidade e manejo do solo pela Universidade de São Paulo (USP) e gerente de marketing de bio e nutrição da UPL Brasil

O desempenho de culturas agrícolas depende de uma combinação de fatores, como genética, manejo e, principalmente, eficiência fisiológica. Nas últimas décadas, em busca de compreender como esses mecanismos fisiológicos determinam o desempenho das plantas no campo, a agricultura brasileira se aprofundou em pesquisas que revelam um ponto em comum: por trás da capacidade das plantas de crescer, absorver água e aproveitar nutrientes, há um grupo de proteínas com papel estratégico.

São as aquaporinas, presentes em praticamente todos os tecidos da planta (raízes, folhas e caules). Elas atuam como canais seletivos, controlando a passagem de água e pequenas moléculas entre as células vegetais. Em outras palavras, elas funcionam como “vias rápidas” que se abrem e fecham conforme a necessidade fisiológica do vegetal.

Esses canais são essenciais para que a planta mantenha o equilíbrio hídrico, favorecendo o transporte interno de alguns nutrientes, especialmente de nitrogênio, um dos mais exigidos pelas culturas e o que mais impacta o custo de produção.

Grande percentual do nitrogênio aplicado ao solo não é efetivamente aproveitado pelas plantas e pode ser perdido pela volatilização, lixiviação ou imobilização do solo. Assim, o bom aproveitamento desse componente pode ser otimizado diretamente pela maior eficiência de movimentação de água e solutos no interior da planta.

E é por meio dessas estruturas que a planta consegue regular o fluxo hídrico e otimizar a absorção de nutrientes essenciais, adaptando-se a diferentes condições de solo, clima e manejo. Além disso, as aquaporinas têm papel decisivo na manutenção do equilíbrio celular e em situações de estresse, evitando perdas de produtividade.

Dessa forma, podemos afirmar que plantas com maior atividade de aquaporinas aproveitam melhor os recursos disponíveis, como a água e o adubo aplicado, expressando maior vigor vegetativo e obtendo melhor produtividade. Com base nesse princípio fisiológico, Nuvita, da UPL, foi desenvolvido para trazer uma maior eficiência nutricional e o aumento da formação de aquaporinas pelas plantas. Sendo uma biossolução voltada para soja e milho, a tecnologia integra a plataforma NPP (Natural Plant Protection), dedicada a insumos biológicos e naturais, e promete ganhos expressivos de produtividade.

Através da aplicação foliar de Nuvita, é possível observar a ampliação do número desses canais, melhorando a circulação interna de água e nutrientes, tornando o uso do nitrogênio muito mais eficiente. Em média, observou-se aumento de cerca de 50% na eficiência do uso de nitrogênio pelas plantas tratadas com Nuvita, o que as fez produzir mais e reduzir desperdícios, aliando produtividade, racionalidade de uso dos recursos e cuidado com o meio ambiente. É com exemplos como esse que estamos reimaginando a sustentabilidade na produção agrícola brasileira.

Foto: Embrapa