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31 de outubro de 2025 - 18:15h

A Folha Agrícola

Voz 10º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio para COP30

Ao final do 10º CNMA – Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, uma mesa de conclusões e síntese foi constituída com: Juliana Lopes, diretora de ESG e Compliance da Amaggi; Karla Spotorno, jornalista da Agência Estado; Paula Packer, chefe da Embrapa Meio Ambiente e Marcello Brito, secretário enviado especial para a COP30, a quem coube ser o porta-voz das conclusões do painel, que contou com a moderação do professor José Luiz Tejon, curador do CNMA.

Karla Spotorno destacou a existência de um sentimento positivo em relação à COP30 como uma vitrine para o país, ressaltando a importância de o evento ser realizado num ambiente de floresta, enquanto as três últimas COPs ocorreram em biomas semiáridos. Com larga experiência e bagagem de coberturas jornalísticas, a profissionais relatou que problemas estruturais, como logística e acomodações, ocorreram em todas as edições. Em sua síntese, a jornalista deixou uma expectativa e visão positivas, enfatizando que o Brasil tem um ano de presidência da COP30 a partir do início do evento em novembro de 2025, em Belém (PA). “Portanto, é um ponto de partida e não de chegada”, salientou Karla Spotorno.

Com uma vasta experiência concreta no grupo Amaggi, Juliana Lopes ressaltou os ganhos positivos que o Brasil já tem como um ativo ambiental ao cumprir compromissos ambientais e climáticos extraordinários, como o Plano ABC – Agricultura de Baixo Carbono, plantio direto e avanços no sistema ILPF – Integração Lavoura Pecuária e Floresta, que contribuem para o aumento da produtividade reduzindo a utilização de áreas para a agropecuária. Ela enfatizou a importância da ciência tropical, e que numa “contabilidade ambiental”, o Brasil oferece um ativo climático já contabilizável e que poderia ser evidenciado na COP30.

Paula Packer, em nome da pesquisa brasileira, reforçou os itens apresentados por Juliana Lopes e Karla Spotorno com os saltos extraordinários do Plano ABC e como o plantio direto e sistema ILPF possibilitam mostrar ainda mais a contribuição brasileira para mitigar efeitos das mudanças climáticas. Pesquisas realizadas como pecuária carbono neutro farão parte cada vez mais da moderna gestão do agro nacional, que terá todas as condições de ser o maior protagonista e líder do diálogo da mudança climática.

Marcello Brito destacou pontos fundamentais na síntese do painel “Voz 10º CNMA para a COP30”. Registrou que precisamos de uma inteligência de mercado na condução dos aspectos ambientais e climáticos com o mundo e que inteligência de mercado pressupõe estratégias de negociações e de comunicação para todo o planeta, considerando os diferenciais existentes em nossa realidade tropical, não apenas de grandes grupos empresariais, como também de pequenas comunidades ribeirinhas no próprio bioma amazônico. Para Brito, ao Brasil cabe liderar e reunir o mundo num sentido evolutivo e da busca de harmonia na condução sustentável da economia. Ele considera estar no desafio racional, mental e de consciência digna da vida na Terra o fator exponencial vital para a presidência brasileira nesta próxima COP30 doravante.

Como grande síntese da mesa que encerrou o CNMA 10 + 10 | 2025-2035: Mulheres que mudam o mundo para melhor”, ficamos com o dever de afirmar: “mulheres agro brasileiras que mudam a qualidade de vida do planeta para melhor”. Isso significa a união da produção de nutrientes para a vida ao lado de saúde para todo o planeta Terra.

Um sistema de saúde em todos os sentidos é o desafio da nossa COP30 Belém, do Brasil para o mundo.

Finalizamos com a grande síntese que Marcello Britto definiu, se transformando em porta-voz do 10º CNMA para a COP30:

  • Adaptação climática e agro, conectando ciência, produção e finanças;
  • Energia, indústria e transporte – a transição;
  • Florestas, oceano e águas;
  • Cidades, pois a COP do clima não se resume ao sistema do agronegócio, envolve toda a economia e a sociedade;
  • Sistemas alimentares cada vez mais bio orientados;
  • Dimensão social da transição;
  • Financiamento e tecnologia como tema transversal

Na voz das mulheres do agro para a COP30, vale relembrar que o Brasil é o único país do mundo que tem nome de árvore e que o país criou uma civilização tropical oriunda de todos os povos do planeta, forjando aqui a maior sociedade “melting pot” mundial.

Como pesquisas e estudos recentes demonstram, as mulheres atuam com predominância de consciência nos fatores ambientais, no bem-estar, na sucessão e na responsabilidade como líderes na cooperação e na liderança das organizações do antes, dentro e pós porteira das fazendas.

Isto tudo inspirou e estimulou a criação de entidades inovadoras como a ABBEA – Associação Brasileira de Bem-Estar Animal, a qual recomendará à ONU a criação do 18º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): o direito ao bem-estar animal.

Como grande mensagem, ressaltamos a proposta visionária de Marcello Brito ao afirmar: “cabe ao Brasil conquistar a justa percepção que merecemos, obtendo reconhecimento dos demais stakeholders mundiais, muito mais do que uma auto exacerbação egocêntrica que, ao invés de conquistar corações e mentes, termina por afastá-las das boas realidades nacionais ainda não percebidas. Precisamos de competência e inteligência emocional no diálogo mundial”.

As congressistas desta 10ª edição do CNMA são protagonistas e efetivas agentes para a mudança do clima para muito melhor ao lado da segurança alimentar, energética, social, cooperativista e da paz, como o professor emérito da FGV, Roberto Rodrigues, tanto repetiu na moderação da abertura desde CNMA ao lado da senadora Tereza Cristina; do secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Guilherme Piai; da diretora de Promoção Comercial do Mapa, Ângela Peres; do presidente da FAESP, Tirso Meirelles; da CEO da Abag, Gislaine Balbinot; da gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios do Transamerica Expo Center e organizadora do CNMA desde a primeira edição, Renata Camargo e do diretor do Transamerica Expo Center, Alexandre Marcílio.

Prof. Dr. José Luiz tejon Megido

Curador CNMA