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7 de novembro de 2025 - 8:55h

A Folha Agrícola

Abertura da Tanzânia para produtos da avicultura e da suinocultura reforça posição exportadora de aves e suínos do Brasil

País africano de quase 70 milhões de habitantes representa nova oportunidade para a proteína animal brasileira

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) celebra o anúncio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) sobre a abertura do mercado da Tanzânia para produtos de aves e suínos do Brasil. A informação foi confirmada hoje pelo Secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, em evento realizado em Brasília (DF).

A decisão das autoridades tanzanianas permitirá a exportação de carne e produtos de aves e suínos, ovos férteis e pintos de um dia, além de outros produtos agropecuários brasileiros, marcando um novo capítulo na ampliação da presença nacional no continente africano.

A Tanzânia, com cerca de 70 milhões de habitantes (63% de cristãos e 33% de muçulmanos), é o quarto país mais populoso da África Subsaariana e deverá alcançar 140 milhões de habitantes até 2050, segundo projeções das Nações Unidas. O país também tem um setor de turismo e hospitalidade altamente dinâmico, que responde por mais de 17% do PIB tanzaniano e emprega 11% da força de trabalho, com destaque para o turismo de safári e os destinos litorâneos – segmento que é um importante canal de demanda para produtos avícolas e suinícolas, impulsionando o consumo fora do lar e o fornecimento a redes hoteleiras e gastronômicas.

“Essa expansão populacional, associada ao crescimento do turismo e da urbanização, reforça o potencial de consumo do país — especialmente em produtos alimentares de alto valor nutricional e com estabilidade de oferta”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Em 2024, a Tanzânia importou 8,8 mil toneladas de carne de frango, das quais cerca de 70% tiveram origem no Brasil, 20% vieram dos Estados Unidos e 4% da Turquia. “A totalidade desse comércio se concentrava na região autônoma de Zanzibar.  Com a nova abertura, é ampliado o acesso a todo o território tanzaniano, com potencial de crescimento consistente”, analisa o presidente da ABPA.

No caso da carne suína, há potencial incremento da demanda externa. Segundo dados do Trademap, a Tanzânia importa atualmente cerca de 100 toneladas de carne suína por ano, em sua maioria provenientes do Quênia (67%), da União Europeia (26%) e do Reino Unido (3%). A abertura para o produto brasileiro cria um novo canal de fornecimento competitivo e de alta credibilidade sanitária.

Conforme Santin, apesar do baixo consumo per capita atual de proteínas  – em carne de aves, por exemplo, é estimado em 2 quilos por habitante, conforme a FAO –, o potencial de expansão é significativo, especialmente com o avanço da renda, da urbanização e da modernização do varejo alimentar local.

“A Tanzânia representa uma nova oportunidade para a proteína animal do Brasil. É um mercado de grande potencial, com população em rápido crescimento e alta dependência de importações. A abertura anunciada pelo Ministro Carlos Fávaro e pelo Secretário Luís Rua reforça a confiança internacional na qualidade e na segurança dos nossos produtos, além de ampliar a presença brasileira em um continente estratégico”, destaca Ricardo Santin, presidente da ABPA.