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18 de novembro de 2025 - 9:41h

A Folha Agrícola

Paraná reforça medidas de combate a brucelose e tuberculose

foto: Gisele Rosso

Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite do Sistema FAEP debateu os impactos das doenças na produção animal estadual

O combate a brucelose e tuberculose, doenças bacterianas que impactam na produção de leite, segue no radar para o fortalecimento da sanidade animal no Paraná. De acordo com dados da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), o Estado registrou 98 focos e 333 casos confirmados de brucelose e 154 focos e 817 casos de tuberculose até o final de outubro. Medidas de prevenção foram o tema da reunião da Comissão Técnica (CT) de Bovinocultura de Leite do Sistema FAEP, realizada no dia 17.

Apesar de antigas, poucos países conseguiram eliminar completamente as enfermidades. As doenças são silenciosas e endêmicas, o que causa o aumento drástico nos custos dos serviços veterinários. No Paraná, o Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PECEBT), criado em 2001 e implementado no ano seguinte, tem como objetivo baixar a prevalência e incidência dessas doenças.

“Ter o nosso rebanho imune a essas doenças é mais uma etapa para viabilizar a exportação do nosso leite. Isso seria mais uma forma de driblas a crise que o setor enfrenta”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “Estamos trabalhando junto com outras entidades e os nossos produtores rurais para eliminar a brucelose e a tuberculose do nosso rebanho”, complementa.

Apesar de o índice de bezerros vacinados no Paraná atingir 75,3% do rebanho, acima da média nacional (71,8%), é preciso ampliar a atuação. Isso porque o índice ideal recomendado pelas autoridades sanitárias é acima de 80%.

“No momento, somos regulares. O Paraná precisa estar acima de 80% para ser considerado ótimo. Somente acima de 80% por dez anos para cogitar erradicar as doenças”, destaca a fiscal de Defesa Agropecuária da Adapar, Marta Freitas. “A barreira do leite no processo de exportação é a sanidade dos rebanhos. Com certeza, isso será mais cobrada pelos outros países. Portanto, precisamos trabalhar juntos para que possamos enfrentar o desafio”, afirma.

Até o momento, o estado possui apenas 119 propriedades certificadas como livres ou monitoradas para ambas as doenças. Apesar do número baixo, os três Estados da região Sul detêm 98% das propriedades certificadas no país.

A fiscal da Adapar também reforçou os cuidados que os produtores devem ter diante de um animal soropositivo. “Os animais infectados devem ficar isolados e afastados da produção leiteira e o abate deve ocorrer dentro de 30 dias. Todo o rebanho deve ser testado. Vale ressaltar que fica vedado o trânsito de animais enquanto o rebanho estiver em saneamento”, explica Marta.

Além disso, para que a exportação de leite se torne viável aos produtores do Paraná, há medidas necessárias como aumentar o número de propriedades certificas, garantir pagamento por qualidade e sanidade, elevar o índice de vacinação acima dos 80% e destinar mais investimento em biossegurança, bem-estar, nutrição e sanidade.

“Como temos o planejamento de exportar, a cobertura vacinal é um critério para essa iniciativa”, reforça Eduardo Lucacin, presidente da CT de Bovinocultura de Leite do Sistema FAEP.