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24 de abril de 2025 - 9:56h

A Folha Agrícola

Suplementação mineral correta e dieta balanceada viram peças-chave para produtividade e bem-estar de bovinos

Em sistemas de produção pecuários cada vez mais exigentes, fornecer aos bovinos uma dieta balanceada, que contemple todas as suas exigências nutricionais, é uma necessidade inegociável. E a suplementação mineral correta tem se destacado como um dos pilares fundamentais para garantir produtividade, saúde animal, bem-estar e, sobretudo, resultados financeiros positivos às propriedades rurais.

Contudo, a pergunta que não quer calar, é: afinal, o que é uma suplementação mineral correta?

De acordo com o analista técnico comercial da Quimtia Brasil, uma das principais indústrias especializadas na fabricação, comercialização e distribuição de insumos para nutrição animal, Gustavo Tanuri Lotti, é incorreto pensar que suplementar bovinos é simplesmente oferecer suplementos em cocho. “É possível que um animal seja suplementado e, ainda assim, não receba a suplementação correta”, destaca. Isso porque, para ele, a mineralização precisa ser personalizada, respeitando diversos fatores, como o sistema de criação (a pasto ou em confinamento), a fase de vida dos animais (cria, recria ou terminação), o sexo, o peso vivo, e se a finalidade é produção de carne ou de leite.

Segundo o especialista, ela [a suplementação de minerais] é cuidadosamente planejada a partir das necessidades nutricionais do animal e das deficiências específicas do ambiente de criação — como, por exemplo, os nutrientes que o pasto local consegue (ou não) fornecer.

“Hoje, por mais que o pasto seja a principal fonte de volumoso da dieta do bovino, ele não supre 100% das exigências de minerais, energia e proteína. Por isso, a suplementação é praticamente obrigatória” ressalta Lotti.

A ciência por trás do cocho

Na prática, a suplementação é realizada quase sempre por via oral, por meio de cochos próprios onde o suplemento é colocado diluído ou incorporado à dieta — como no caso da ração dos bovinos em confinamento. Os produtos vão desde suplementos minerais prontos para uso até aqueles com ureia, aditivos, componentes proteicos e energéticos. Tudo isso formulado com base em cálculos nutricionais rigorosos.

“É por isso que recomendamos que essa formulação seja sempre feita por um nutricionista animal, seja médico-veterinário ou zootecnista, pois não se trata de adivinhação, é uma ciência exata. E para isso é preciso fazer contas, conhecer o consumo, o tipo de propriedade e o desempenho esperado para formular uma dieta eficiente”, reforça o especialista.

Lotti pontua, ainda, que ignorar a importância dos minerais na alimentação do rebanho pode sair caro. Além de comprometer o desempenho produtivo dos animais, a ausência ou desequilíbrio na suplementação pode causar problemas sérios como hipocalcemia, timpanismo, acidose ruminal, falhas no crescimento e até prejuízos reprodutivos. Para o produtor, isso se traduz em prejuízo financeiro.

Cadeia produtiva impecável

Os resultados positivos da suplementação correta podem ser facilmente observados a olho nu. O analista técnico afirma que a partir da suplementação é possível ver que os animais ganham estrutura óssea adequada, musculatura desenvolvida, pelagem saudável e sistema imunológico mais forte — o que impacta diretamente em menor predisposição a doenças e maior resistência aos desafios sanitários. “A gente bate o olho e percebe quando um animal está bem suplementado. Até mesmo o consumidor final consegue identificar uma carne mais vermelha, bonita, suculenta no ponto de venda”, comenta.

Já no caso das vacas leiteiras, os ganhos também são expressivos. Vacas em condições ideais produzem leite com maior teor de gordura e proteína — uma questão que, inclusive, pode garantir melhores preços junto aos laticínios. “A qualidade do leite se alia à genética e manejo, mas a nutrição correta é determinante”, finaliza Gustavo Lotti.–