Alimentação adequada além de garantir crescimento uniforme, minimiza problemas sanitários, aumenta o bem-estar dos animais e contribui para melhorar o desempenho produtivo, otimizando os resultados para a maior rentabilidade da produção.
Para garantir o sucesso produtivo da produção de suínos, um dos fatores mais importantes no universo da suinocultura é entender a importância, os desafios e as alternativas da nutrição durante a fase de creche dos leitões. Então, qual a alimentação mais adequada para os suínos recém-nascidos?
De acordo com o doutor em nutrição e produção animal e nutricionista da Quimtia Brasil, uma das principais indústrias no mercado de nutrição animal, Gabriel Villela Dessimoni, garantir a qualidade e a utilização de ingredientes de alta digestibilidade é fundamental para o desempenho dos animais. Além disso, a inclusão de outros suplementos aditivos contribui para fortalecer o sistema imunológico e otimizar o aproveitamento dos nutrientes, e consequentemente, melhorar os índices produtivos e a rentabilidade.
Ainda segundo ele, essas tecnologias aliadas a uma nutrição balanceada, garantem o consumo equilibrado de nutrientes que ajudam a atingir os objetivos nesta fase de creche, principalmente pelo fato de os leitões apresentarem em período inicial de vida uma baixa capacidade digestiva e muitas vezes não produzirem enzimas suficientes para quebrar amidos e proteínas vegetais.
“O estresse do desmame e a adaptação às novas dietas, reduzem temporariamente o consumo de ração, prejudicando alguns aspectos, como o crescimento. Para contornar esse desafio, é essencial formular dietas concentradas em nutrientes e com alta digestibilidade”, destaca o especialista.
Fase crucial para o bem-estar animal
Além de garantir um crescimento uniforme, uma dieta bem formulada reduz problemas de saúde, incluindo a ocorrência de diarreia pós-desmame, que pode comprometer o desenvolvimento inicial. Dessimoni ressalta que a correta estratégia nutricional, favorece não apenas a saúde e o bem-estar dos animais, mas também resultando em suínos mais robustos e com melhor desempenho produtivo ao final do ciclo.
“A fase de creche ocorre após o desmame, estendendo-se até os 60-70 dias de idade. E como durante este intervalo os leitões enfrentam uma transição alimentar significativa, do leite materno para dietas sólidas baseadas em ingredientes vegetais, essa mudança exige um sistema digestivo pronto para processar alimentos menos digestíveis, o que ainda não é uma realidade para os leitões”, explica.
Ganhos para a produção animal
Para os produtores, investir na nutrição desde cedo se traduz em animais que crescem de forma acelerada e eficiente, reduzindo o tempo e custos até o abate. O doutor em nutrição e produção animal afirma que uma nutrição bem planejada acarreta resultados evidentes: menos uso de medicamentos, menores taxas de mortalidade e um impacto econômico positivo.
“Caso contrário, uma má nutrição nesse estágio pode levar a problemas graves, como menor ganho de peso e vulnerabilidade a doenças entéricas, o que pode destroçar o potencial produtivo futuro dos suínos e aumentar custos e complicações para o produtor” alerta o especialista.
Leitões recém nascidos X outras fases de vida
Na fase de creche, os suínos têm necessidades nutricionais maiores do que nas fases subsequentes, devido à imaturidade do sistema digestivo e imunológico. “Além de dietas com maior concentração de energia, proteínas altamente digestíveis e aminoácidos essenciais, elas também precisam conter níveis maiores de vitaminas, minerais e a inclusão de aditivos que favoreçam a saúde intestinal. Já nas fases de crescimento e terminação, os suínos já estão mais desenvolvidos, podendo aproveitar maiores quantidades de ingredientes mais fibrosos, o que permite uma alimentação mais econômica”, finaliza Gabriel Dessimoni.–
