O setor leiteiro vive um dos momentos mais delicados dos últimos anos no Brasil. Entidades representativas de Santa Catarina divulgaram no sábado, 1º, um comunicado conjunto alertando para o agravamento da crise no setor e cobrando providências urgentes por parte do governo federal.
O documento foi assinado pelo Conseleite-SC, o Sindileite-SC e a Faesc, que representam produtores, indústrias de laticínios e a agricultura do estado. Segundo eles, o setor enfrenta uma combinação perigosa de fatores, produção interna em alta e importações crescentes, que vêm derrubando os preços pagos ao produtor e ameaçando a sustentabilidade econômica da atividade.
De acordo com as entidades, os principais vilões da crise são as importações de leite em pó e queijo muçarela vindos de países vizinhos, como Uruguai e Argentina. Ao mesmo tempo, o clima favorável no Brasil elevou a produção interna, criando um cenário de oferta excessiva.
As lideranças do setor propõem uma série de medidas:
– Interrupção temporária das importações de leite e derivados do Mercosul;
– Investigações sobre a qualidade e a procedência sanitária dos produtos estrangeiros;
– Atuação da CONAB e do PAA para compra pública de leite excedente;
– Reformulação na carga tributária catarinense para garantir competitividade;
– Unificação dos sistemas de inspeção sanitária no país;
– Exigência de rotulagem clara e adequada em produtos importados.
Para os representantes do setor, sem ações coordenadas, o risco de colapso é real. O comunicado finaliza com um apelo. “É hora de preservar um dos pilares da produção de alimentos do país. O leite alimenta, emprega e movimenta a economia. Não podemos permitir que ele se torne inviável.”
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