Em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e o Instituto Agronômico (IAC) de Campinas, as espécies anunciadas proporcionam maior concentração de óleo, aumento na produtividade, menor ciclo de maturação das vagens e mais resistência a pragas e doenças.
O encontro, que contou com a participação do coordenador de pesquisa do amendoim do IAC, Dr. Ignácio Godoy, com o pesquisador do núcleo de melhoramento do IAC, Marcos Michelotto, o pesquisador chefe do PMA da Embrapa, Jair Heuert, e o Presidente da Câmara Setorial do Amendoim, Luiz Antônio Vizeo, trouxe ao todo 10 inovações em variedades, sendo seis com a chancela da IAC (OL3, OL4, OL5, OL6, IAC 503 e IAC 505) e quatro da Embrapa (BRS 423 OL, BRS 425 OL, BRS 421 OL e BRS 427 OL).
Entre os benefícios apresentados pelas novas sementes estão:
Maior concentração de óleo – O amendoim alto oleico possui entre 70% a 80% de ácido oleico na sua composição, uma molécula com 18 átomos de carbono, descrito como monoinsaturado. Este diferencial confere ao óleo e aos produtos de amendoim uma maior durabilidade, e, consequente, mais tempo na prateleira, além de maior resistência à oxidação (rancificação). Sua riqueza em ácidos monoinsaturados torna o produto interessante também no aspecto nutricional, uma vez que dietas ricas em ácidos graxos monoinsaturados ajudam na redução de triglicerídeos e no aumento do HDL, conhecido como o bom colesterol.
Maior produtividade – com investimento nas novas sementes e manejo adequado, a expectativa é que haja aumento de produção em torno de dois dígitos percentuais na mesma área ao longo do tempo.
Mais resistentes – como as novas variedades são adaptadas às características do clima e ao solo conforme a região (adaptação edafoclimática), eles são mais resistentes às doenças específicas de cada localidade.
Vale lembrar também que o grão do amendoim contribui para a conservação, a recuperação e enriquecimento do solo e o controle de pragas, elevando, por exemplo, a produtividade dos canaviais e pastagens. A lavoura da oleaginosa também é resistente a pragas e ajuda a reduzir significativamente a infestação de nematoides nas áreas de plantio, que podem provocar perdas de até 50% da produtividade dos canaviais. Além disso, o grão contribui para o controle de plantas daninhas durante o plantio da cana.
Menor ciclo – as novas variedades permitem a redução de até 30 dias no tempo total de plantio e colheita, saindo de uma média de 140 dias para apenas 110. Como o amendoim é uma cultura que é utilizada para a rotação e renovação da cana-de-açúcar, este ganho iguala as condições na disputa por terras com a soja, que tem menor ciclo produtivo. Desta forma, espera-se um aumento da área plantada de amendoim.
Este é um processo em constante evolução. Desde a safra 2015/2016, a produtividade do plantio de amendoim aumentou 9,8%, saindo de 3.396 kg por hectare para 3.732 kg por hectare no último ciclo.
O Brasil é um forte produtor de amendoim, que é responsável por R$2,8 bilhões do PIB do agronegócio, conforme dados do Departamento de Ciências da Produção Agrícola da UNESP de Jaboticabal. Na safra 2021/2022, o país produziu 1,2 milhões de toneladas do produto, sendo que 90% foram originadas no estado de São Paulo.
Para a CRAS Brasil, o investimento em pesquisa para o desenvolvimento do setor e da produtividade do plantio é fundamental para potencializar a produção de óleo de amendoim e do farelo que serve como suplemento proteico na nutrição animal. “Essas novas variedades darão maior atratividade ao plantio do amendoim, pois aumentarão a rentabilidade para o produtor. Além disso, as sementes com menor tempo de maturação eliminarão o impacto com a rotação na cana de açúcar. Desta forma, esperamos que a produção do amendoim aumente ainda mais nos próximos anos”, completa Chitarelli.
A presença do amendoim nas exportações brasileiras cresceu quase 100 vezes em 20 anos e há espaço para evoluir também no mercado interno. Atualmente cada brasileiro consome 1,2 kg de amendoim por ano, enquanto a média mundial é de 6 kg por habitante por ano.
Vale ressaltar que o óleo de amendoim é elemento importante para uma alimentação mais saudável. De acordo com a American Heart Association, o produto é fonte recomendada de gordura saudáveis para o coração, podendo reduzir o risco de doenças cardiovasculares em 30% e ajudar a diminuir o risco de colesterol LDL (ruim). Já a State University of New York de Buffalo demonstrou que o óleo de amendoim tem mais fitoesteróis que protege contra doenças cardíacas e contra o câncer, inibindo o crescimento de tumor.
Sobre a CRAS Brasil
Fundada em 2011, a CRAS BRASIL atua com operações de originação, processamento e comercialização de commodities agrícolas: agronegócio (processamento de amendoim), madeiras beneficiadas e trading (soja, milho, glicerina).
Líder brasileira na exportação de óleo de amendoim para a China, a empresa também comercializa farelo de amendoim para nutrição animal no mercado interno, farelo de soja, comercialização de madeiras proveniente de manejo sustentável e com certificação FSC® como ipê, maçaranduba, angelim-vermelho, cumaru. Ainda possui unidades de energia e comercialização de glicerina bruta, refinada e sebo bovino.
Sua matriz está localizada em Petrópolis (RJ) e possui empresas nas cidades de São Paulo (SP), Itaju (SP), Belém (PA), Cascavel (PR), Rio Verde (GO), Pequim (China) e Miami (FL, EUA).