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5 de fevereiro de 2025 - 14:52h

A Folha Agrícola

Erva-mate e araucária se tornam alternativas sustentáveis para agricultores familiares em áreas de preservação ambiental

Em Dois Vizinhos, Paraná, projetos da UTFPR transformam áreas de preservação em fontes de renda, promovendo a recuperação da vegetação nativa

O uso sustentável de áreas de preservação, como Reservas Legais (RLs) e Áreas de Preservação Permanente (APPs), tem se tornado uma estratégia viável para agricultores familiares, aliando conservação ambiental à geração de renda. Projetos em andamento no Paraná, como o cultivo de erva-mate e o plantio de araucárias enxertadas, mostram que é possível utilizar essas áreas de forma produtiva, sem degradar o ambiente.

Um projeto de reintrodução da erva-mate está sendo desenvolvido por acadêmicos da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná). Com foco na sustentabilidade, o plantio da erva-mate está contribuindo para o aproveitamento de áreas ociosas, oferecendo uma alternativa de renda para agricultores familiares e ajudando na recuperação da vegetação nativa.

Muitas dessas áreas permanecem subutilizadas em pequenas propriedades rurais, sendo consideradas economicamente inviáveis ou localizadas em zonas de preservação, onde o uso agrícola é restrito. Terras que poderiam ser produtivas acabam sendo deixadas de lado, uma vez que culturas tradicionais muitas vezes não trazem o retorno financeiro necessário.

Projetos como o cultivo sustentável de erva-mate ajudam a transformar essas áreas em fontes de renda, utilizando espécies adaptadas ao ambiente nativo e com manejo de baixo impacto. "A erva-mate se adapta bem a ambientes sombreados, como florestas nativas, o que permite seu cultivo em áreas de preservação com impacto mínimo", afirma o professor Álvaro Boson de Castro Faria, supervisor do projeto. Isso faz com que as terras ociosas, em vez de permanecerem inexploradas, sejam reaproveitadas de maneira sustentável e economicamente viável.

De acordo com o professor, os projetos de utilização das áreas ainda enfrentam resistência de alguns agricultores familiares. “Essas iniciativas também incentivam o desenvolvimento de cooperativas, a criação de empregos e a diversificação das atividades produtivas nas pequenas propriedades. Por isso, é importante torná-las conhecidas".

Araucária enxertada

Outra iniciativa importante é o projeto de propagação de araucárias por enxertia, uma técnica desenvolvida pela Embrapa Florestas e pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), que vem sendo utilizada pela UTFPR na região. A técnica permite implantar um enxerto de uma planta matriz (araucária adulta) em um porta-enxerto (muda), antecipando a produção de pinhões e garantindo características como produtividade e resistência.

Enquanto uma araucária comum leva de 12 a 15 anos para produzir pinhões, a araucária enxertada começa a gerar pinhas em apenas 6 a 8 anos, proporcionando um retorno econômico mais rápido. "A colheita é facilitada pela menor altura das árvores enxertadas, que variam entre 5 e 8 metros, comparado aos 40 metros das araucárias naturais", explica a professora Patrícia Fernandes, da UTFPR. Isso facilita o manejo da produção e reduz os custos com colheita para os agricultores familiares.

O projeto de enxertia de araucárias na região de Dois Vizinhos, aprovado no edital Extensão para Sustentabilidade Territorial - Itaipu Binacional, foca principalmente em mulheres agricultoras, promovendo oficinas práticas e visitas a pomares didáticos. A araucária, uma espécie nativa e em risco de extinção, encontra no projeto uma oportunidade de reflorestamento e recuperação.

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