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30 de maio de 2025 - 3:56h

A Folha Agrícola

Gripe aviária no Brasil afeta o comércio exterior e exige boas práticas de gestão para conter crise

Após EUA registrar danos causados pela Influenza Aviária, Brasil tem confirmação de casos no RS; gestão de crise é uma das saídas para solução do problema

O Brasil, maior exportador de carne de frango do mundo, vive um período de atenção após a recente confirmação de casos de gripe aviária (H5N1) em uma granja comercial no Rio Grande do Sul (RS). Agora, produtores brasileiros já passam por suspensões totais ou parciais de compras por países e regiões como China, Argentina, Japão e União Europeia. Em um cálculo preliminar feito pelo governo, se a crise se agravar (o governo investiga casos em outros estados, como o Tocantins), a expectativa é de que cerca de 50 mil a 100 mil toneladas de carne de frango deixem de ser vendidas, com impactos que podem chegar a mais de um R$ 1 bilhão.

Mesmo com o abate sanitário e o descarte e rastreio de lotes de ovos possivelmente contaminados pelo vírus, a retomada das vendas, tanto externas quanto internas, seguirá dependente do sucesso dessas ações. Uma saída vem sendo a regionalização da comercialização, voltada para estados que não foram afetados pelo vírus. Se novos casos não forem confirmados, a expectativa, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, é de que o país fique livre da doença em 28 dias, seguindo o protocolo sanitário do ciclo do H5N1.

O vice-presidente da unidade de negócios da Falconi voltada para o Agronegócio, Andre Paranhos, reforça que a avicultura vem passando por meses desafiadores, após a alta nos preços dos ovos e, agora, com o risco da gripe aviária. Segundo o executivo, isso demonstra como eventos sazonais, imprevistos ou falhas podem impactar a cadeia produtiva. Ele reforça a necessidade de estratégias para evitar perdas e garantir a sustentabilidade do setor.

A confirmação de casos de gripe aviária serve como um sinal de alerta importante para o setor. Mesmo cadeias produtivas estruturadas e profissionalizadas, como a avicultura, continuam expostas a riscos externos, sejam eles sanitários, climáticos ou econômicos, como vimos recentemente com a alta dos ovos”, avalia Paranhos. “O agronegócio brasileiro opera sob pressão constante, com margens apertadas e uma série de exigências logísticas e sanitárias. Nessas condições, estar preparado para lidar com imprevistos não é mais um diferencial. Gestão de crise não pode ser algo improvisado. A ausência dela pode afetar a eficiência de qualquer companhia. Quem trata esse tema como parte central do negócio tem mais chance de atravessar turbulências sem comprometer toda a operação”, complementa.

Estratégias para uma gestão de riscos eficiente no agro 

Segundo Andre Paranhos, uma gestão de riscos eficiente envolve a adoção de medidas preventivas e reativas que garantam a continuidade da produção, mesmo diante de adversidades como a causada pelo H5N1, evitando os “três Ds”: descuido, desleixo e desconhecimento. 

Veja algumas das principais estratégias e recomendações levantadas pelo executivo:

  • Mapeamento de riscos e vulnerabilidades: identificar pontos críticos ao longo da cadeia produtiva, desde a segurança biológica nas granjas até a dependência de mercados específicos para exportação.
  • Protocolos de resposta estruturados: é essencial ter planos de contingência claros, com responsabilidades bem definidas, fluxos de comunicação e ações preestabelecidas para conter o problema com agilidade e transparência.
  • Investimento em tecnologia e monitoramento contínuo: ferramentas de rastreabilidade, sensores ambientais e análises preditivas ajudam a antecipar surtos, isolar focos e preservar áreas produtivas. 
  • Capacitação constante das equipes: lideranças e operadores devem estar preparados para agir com rapidez e precisão, com treinamentos frequentes sobre protocolos sanitários e de crise. 

A saída para evitar crises nas produções, segundo Paranhos, está na profissionalização da gestão e na adoção de uma visão estratégica. “Os produtores que souberem integrar planejamento, gestão de risco, tecnologia de dados e conhecimento pessoal para se adaptarem para a competitividade no mercado, alcançarão a tão sonhada eficiência operacional. O Brasil é referência em produção de qualidade, mas o agronegócio não pode deixar de encarar esses desafios com inovação e eficácia”, conclui.

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