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4 de setembro de 2025 - 18:30h

A Folha Agrícola

Avanço da IA demanda estratégia de governança

Por Claudio Costa, Head da Unidade de Negócios Business Consulting, da Selbetti

É fato: as empresas no Brasil têm incorporado a Inteligência Artificial em sua estratégia de negócios – ao menos 98% delas, segundo pesquisas apuradas no final de 2024. O problema, entretanto, é que apenas 25% das organizações declararam estar preparada para implementar a IA. O restante sofre com limitações de infraestrutura, gestão de dados e escassez de talentos especializados. Mas isso não quer dizer que esses outros 75% estão esperando as condições ideais para avançar em seus projetos: pelo contrário, essas empresas seguem com a implantação da tecnologia.

O problema é que apenas uma em cada cinco empresas consegue integrar a IA ao negócio – de acordo com o relatório global elaborado pela Qlik, em parceria com a ESG, e divulgado recentemente. Além disso, só 47% das empresas afirmaram aplicar políticas de governança de dados. Esses números são mundiais – e não seria uma surpresa se as estatísticas brasileiras fossem ainda maiores. E ainda que, hoje,a IA esteja aplicada em silos, e que geralmente “a porta de entrada” da tecnologia seja o atendimento ao cliente, riscos financeiros, regulatórios e reputacionais continuam existindo.

Não são poucos os obstáculos enfrentados pelas empresas que optaram por implementar a IA sem uma devida preparação. Casos práticos já demonstraram que algoritmos mal-governados podem perpetuar vieses ou comprometer a privacidade, resultando em danos reputacionais e financeiros. Governança de IA não é apenas uma questão tecnológica, mas de execução e diligência: sem uma estratégia bem delineada, os riscos crescem na mesma proporção das oportunidades – desde violações de privacidade e uso indevido de dados, até decisões automatizadas opacas ou tendenciosas que geram desconfiança.

Pressão regulatória e compliance: alicerces de governança da IA

A necessidade de se estabelecer uma governança de IA não surgiu apenas da frente de negócios: novas regulamentações estão surgindo, e o avanço tem sido rápido, inclusive no Brasil.  

Em dezembro de 2024, o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei 2338/2023que propõe um marco regulatório para a IA com diretrizes de uso responsável. O texto adota abordagem baseada em riscos, semelhante à da União Europeia, classificando os sistemas de IA conforme o potencial de dano aos direitos fundamentais. Aplicações de risco excessivo, como algoritmos de arma autônoma ou ferramentas de vigilância massiva, serão proibidas, enquanto sistemas de IA generativa e de propósito geral deverão passar por avaliações prévias de risco antes de chegar ao mercado.

Há também exigências de transparência, por exemplo, obrigando desenvolvedores a informar se utilizaram conteúdo protegido por direitos autorais no treinamento de modelos. Paralelamente, discute-se atribuir à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) um papel central na coordenação da governança de IA no país, aproveitando a estrutura existente de proteção de dados. Essas iniciativas legislativas sinalizam que em breve as empresas terão obrigações claras quanto ao desenvolvimento e uso da IA – desde relatar práticas e mitigar riscos, até prestar contas sobre impactos algorítmicos.

Nos Estados Unidos e Europa, órgãos reguladores têm elevado o escrutínio sobre algoritmos, sobretudo após a popularização de ferramentas de IA generativa, que levantaram debates públicos. O AI ACT já entrou em vigor na UE – e sua implementação deve terminar em 2 de agosto de 2026, quando a maioria das obrigações da norma passa a ser aplicável, incluindo requisitos para sistemas de IA de alto risco e modelos de IA de uso geral.  

Transparência, ética e responsabilidade algorítmica

Além do aspecto legal, governança de IA abrange princípios éticos e de responsabilidade que vão além do “cumprir a lei”. As empresas estão percebendo que, para obter confiança de clientes, investidores e da sociedade, é preciso transparência sobre como a IA é utilizada. Isso implica adotar uma série de práticas internas, tais como a avaliação prévia de impacto algorítmico, a gestão rigorosa da qualidade dos dados e a auditoria independente de modelos.  

Também é crítico implementar políticas de governança de dados que filtrem e selecionem cuidadosamente os dados de treinamento, evitando vieses discriminatórios que possam estar embutidos nas informações coletadas.  

A partir do momento em que um modelo de IA está em operação, a empresa deve conduzir testes periódicos, validações e auditorias em seus algoritmos, documentando decisões e critérios utilizados. Esse registro traz dois benefícios: ajuda a explicar o funcionamento do sistema, e viabiliza a atribuição de responsabilidade caso ocorra alguma falha ou resultado indevido.

Governança: inovação com valor competitivo

Um equívoco comum é pensar que governança de IA limita a inovação. Ao contrário, uma boa estratégia de governança habilita a inovação segura, liberando todo o potencial da IA de forma responsável. Empresas que estruturam cedo seus frameworks de governança conseguem mitigar riscos antes que eles se tornem problemas, evitando retrabalhos ou escândalos que atrasariam projetos.  

Como resultado, essas organizações colhem mais valor e mais rápido de suas iniciativas. Evidências de mercado reforçam essa correlação: um levantamento global identificou que empresas com supervisão ativa da liderança na governança de IA reportam impactos financeiros superiores com o uso de IA avançada.

Além disso, estamos em um momento no qual consumidores e investidores estão cada vez mais atentos ao uso ético da tecnologia – e demonstrar esse compromisso com a governança pode diferenciar uma empresa da concorrência.  

Em termos práticos, organizações com governança madura relatam melhorias não só em segurança, mas também em eficiência de desenvolvimento – executivos apontam reduções no tempo de ciclo de projetos de IA graças a padrões claros desde o início. Isto é, quando requisitos de privacidade, explicabilidade e qualidade são considerados já na fase de design, evitam-se correções custosas depois.  

A governança atua, então, como um guia para inovação sustentável, orientando onde investir, e como escalar soluções de forma responsável. E ao alinhar iniciativas de IA à estratégia corporativa e valores da empresa, a governança garante que a inovação esteja sempre servindo aos objetivos maiores de negócio e reputação, e não seguindo um caminho isolado ou potencialmente prejudicial.  

Desenvolver uma estratégia de governança para IA é, acima de tudo, um movimento estratégico para posicionamento competitivo. No ecossistema atual, onde países e empresas travam uma corrida tecnológica, lidera quem inovar com confiança e credibilidade. Grandes empresas que estabelecem sistemas de governança eficientes conseguem equilibrar a mitigação de riscos com a maximização dos benefícios da IA, em vez de sacrificar um pelo outro.  

Por fim, a governança de IA deixou de ser opcional e tornou-se um imperativo estratégico. Para as grandes empresas, criar uma estratégia de governança significa definir agora os padrões, controles e valores que guiarão o uso da inteligência artificial nos próximos anos. Isso envolve desde atender às regulamentações que estão surgindo, até criar mecanismos internos de ética e transparência, com o objetivo de minimizar riscos e maximizar valor de forma equilibrada. Quem agir prontamente colherá frutos em inovação consistente e reputação sólida, posicionando-se à frente num mercado cada vez mais orientado por IA.

Sobre a Selbetti Tecnologia

A Selbetti Tecnologia é a maior One-Stop-Tech do Brasil, proporcionando um ecossistema completo de soluções para acelerar a transformação digital das empresas. Com quase 50 anos de história e um time de mais de 2,2 mil profissionais, a empresa atua como um hub de tecnologia que conecta automação, infraestrutura, inteligência artificial e experiência digital e física para impulsionar a eficiência e o crescimento dos negócios.

A Selbetti oferece soluções tecnológicas integradas que transformam operações e aumentam a competitividade das empresas, a partir de um ecossistema estruturado em oito unidades de negócios, cobrindo de forma estratégica as necessidades do mercado de tecnologia. Conheça:

Selbetti Print Solutions: entrega gestão inteligente de impressão, com soluções de outsourcing e monitoramento de parques de impressão, garantindo mais eficiência e controle para as empresas;  

Selbetti IT Devices: atua no gerenciamento completo do ciclo de vida de dispositivos de TI, oferecendo locação de notebooks, desktops, smartphones e demais ativos. Além disso, disponibiliza portaria virtual, central de monitoramento e venda de equipamentos seminovos, unindo tecnologia, sustentabilidade e segurança para ambientes corporativos;  

Selbetti Label Solutions: unidade de negócios que se destaca em captura automática de dados e identificação (AIDC), combinando fabricação de etiquetas, fornecimento de hardware e suprimentos para rastreabilidade e logística, garantindo mais eficiência operacional;  

Selbetti Process Solutions: transforma a gestão documental e a automação de processos, com um portfólio modular que inclui RPA, assinatura digital e eletrônica, sistema de cobrança bancária e inteligência na digitalização de documentos, tornando os fluxos empresariais mais ágeis e inteligentes;  

Selbetti IT Solutions: fortalece a infraestrutura tecnológica das empresas, garantindo segurança, confiabilidade e escalabilidade com soluções de cibersegurança, field service, servidores, cloud, data science e inteligência artificial;

Selbetti Customer Experience: revoluciona o atendimento ao cliente (CX) com uma plataforma omnichannel completa, que integra chat e voicebots, URA, discador automático, monitoria de qualidade e inteligência artificial, proporcionando uma comunicação fluida e automatizada;  

Selbetti Retail Experience: transforma a experiência no varejo, oferecendo soluções de cartazeamento, gestão de ofertas, rádio indoor e retail media networks, além de etiquetas impressas e eletrônicas que personalizam e otimizam a jornada do consumidor no ponto de venda;

Selbetti Business Consulting: oferece consultoria estratégica de TI, auxiliando empresas na gestão de projetos e processos, segurança da informação e transformação digital. Além disso, atua na alocação de profissionais especializados, como gestores de projeto (GP) e desenvolvedores (DEV), garantindo excelência na execução de iniciativas tecnológicas.

Fundada em 1977, a Selbetti carrega a inovação no DNA. A missão da empresa vai além da tecnologia, e conecta pessoas, dados e inovação para transformar desafios em oportunidades e acelerar o futuro das empresas. Com um olhar voltado para o amanhã, a Selbetti segue expandindo sua atuação, e consolidando sua posição como um dos principais vetores de inovação no Brasil.

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