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18 de setembro de 2025 - 16:16h

A Folha Agrícola

Crise energética pressiona data centers: como FinOps e observabilidade ajudam a reduzir custos na nuvem

por Heber Lopes, Head de Produtos e Marketing na Faiston

Nos últimos dois anos, os custos de energia elétrica dispararam e estão afetando diretamente a operação de data centers – tanto em nuvens públicas quanto em infraestruturas privadas. No Brasil, a conta de luz deve ainda ter um aumento de 6,3% até o final do ano, segundo a Aneel – acima da inflação esperada para o ano.

Esse aumento pesa no orçamento de empresas que dependem de data centers, já que a eletricidade responde por cerca de 32% do seu custo operacional. Ou seja,

quase um terço das despesas de manter servidores e sistemas de resfriamento está diretamente atrelado à tarifa energética. A situação se torna mais crítica em meio à expansão da economia digital e a uma crise energética global: na Europa e nos Estados Unidos, a demanda por eletricidade voltou a subir após anos estagnada, impulsionada pela construção acelerada de data centers e outros grandes consumidores.

Diante desse cenário, empresas brasileiras e globais têm cada vez mais apertado os cintos e aplicando FinOps para retomar o controle sobre os gastos na nuvem. De fato, ao menos 59% das empresas já contam com equipes dedicadas de FinOps para fazer a gestão desses custos, de acordo com a pesquisa 2025 State of the Cloud, publicada pela SC Cloud.

E o ponto mais relevante para uma equipe de FinOps é, justamente, a visibilidade total do ambiente: é preciso identificar para onde está indo cada centavo gasto em nuvem, atribuindo custos por projeto, departamento ou aplicação. Assim, o FinOps implementa métricas e painéis transparentes que mostram, por exemplo, quanto cada aplicativo ou time consome de recursos e qual a fatura associada – eliminando surpresas e a “letra miúda” das contas. Essa etapa informativa é fundamental para embasar as próximas ações.

Com os dados em mãos, vem a fase de otimização ativa. Workloads subutilizadas são reestruturadas ou consolidadas, adequando a capacidade provisionada à demanda real (prática de rightsizing). Se servidores estiverem com baixo uso de CPU ou memória de forma consistente, podem ser migrados para instâncias menores ou máquinas virtuais compartilhadas, reduzindo tanto o custo quanto o consumo de energia sem afetar o desempenho. Recursos “zumbis”, como volumes de armazenamento sem leitura/escrita ou máquinas virtuais esquecidas, são desligados ou removidos assim que identificados.

Observabilidade: peça-chave para FinOps

No entanto, executar uma estratégia de FinOps efetiva depende de monitoramento contínuo – é aí que entra a observabilidade. Esse conceito oferece uma visão holística do ambiente de nuvem, correlacionando métricas de desempenho, logs de eventos e rastreamento de transações. Ferramentas modernas conseguem cruzar informações de telemetria técnica com dados de custo, gerando insights poderosos: se a conta de um banco de dados disparou 40% num mês, os logs podem revelar que determinada consulta SQL mal otimizada está consumindo recursos excessivos.

Da mesma forma, métricas mostram se uma máquina virtual está superdimensionada ao revelar que sua utilização média de CPU é de apenas 20%. A partir desses alertas, equipes de FinOps e engenharia podem tomar decisões informadas – seja para ajustar o tamanho da instância, otimizar código ou desligar serviços desnecessários. Observabilidade fornece os dados brutos e o contexto técnico que o FinOps precisa para agir com precisão.

E a sinergia entre FinOps e observabilidade cria um ciclo virtuoso de melhoria contínua. Cada pico anômalo de uso ou custo capturado possibilita ações corretivas, e reescalonamento de capacidade. Essa integração permite respostas rápidas a incidentes financeiros: tão importante quanto responder a falhas técnicas é reagir a “incidentes de custo” – situações em que um bug ou uso indevido provoca gastos inesperados. Com monitoração granular, desvios orçamentários que antes só seriam percebidos ao fim do mês agora podem ser identificados e mitigados em dias ou horas. Isso garante que a empresa pague pelo desempenho que realmente necessita entregar, nada além disso.

Para a liderança, a lição da crise energética é clara: controlar os gastos na nuvem se tornou uma questão de sobrevivência do negócio. O período de “cheque em branco” para escalar aplicações ficou para trás – agora, cada workload precisa justificar seu consumo com entrega de valor. Implementar FinOps é criar uma cultura de responsabilidade compartilhada, em que times técnicos e financeiros falam a mesma língua e tomam decisões embasadas em dados. Já a observabilidade garante a visibilidade fina necessária para executar essas decisões no dia a dia, adaptando a capacidade e corrigindo rumos com agilidade. Juntas, essas práticas formam a dupla dinâmica que transforma a nuvem de um centro de custo imprevisível em uma plataforma otimizada e alinhada aos objetivos estratégicos da empresa.

Sobre a Faiston

Fundada em 2001, e com um novo posicionamento de mercado desde 2021, a Faiston é uma integradora de serviços e soluções 100% nacional. Com sede em São Paulo, a empresa conta com mais de 300 funcionários e 5.500 parceiros de tecnologia em todo o Brasil. Para saber mais, acesse: https://faiston.com

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