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28 de agosto de 2025 - 19:59h

A Folha Agrícola

Mercado B2B sofre para recuperar débitos com mais de 20 dias de atraso, aponta estudo

Levantamento nacional sobre recuperação de crédito no B2B, feito pela Global, aponta necessidade de ação rápida e tecnologia para reduzir prejuízos

Débitos com mais de 20 dias de atraso nas relações comerciais B2B são mais difíceis de serem recuperados, aponta o Índice Global de Recuperação de Crédito B2B (IGR), produzido pela Global – Hub de Soluções de Relacionamento e Cobrança e maior recuperadora de crédito B2B do país.  

Com o custo extra das tarifas de 50% impostas pelos EUA a partir de 1º de agosto, muitas empresas brasileiras já enfrentam desequilíbrio de caixa. Em resposta, o governo federal estuda programas pontuais de socorro, enquanto São Paulo anuncia R$ 200 milhões em linhas de crédito subsidiadas para exportadores afetados. “Estamos vendo um cenário em que o ‘tarifaço’ afeta diretamente a liquidez do B2B e, consequentemente, a capacidade de pagamento dos clientes. Por isso, tecnologia que acelere os acordos é mais urgente do que nunca”, afirma Silvano Boing, CEO da Global.

O estudo da Global, IGR, foi elaborado com dados dos títulos em atraso que a empresa recebeu de seus clientes no primeiro semestre deste ano. No total foram analisados mais de 870 mil títulos vencidos, que representam cerca de R$ 1,079 bilhão, recebidos de uma amostragem de 444 médias e grandes empresas de 16 setores econômicos, distribuídas nas 27 unidades federativas do país.  

Ainda segundo o levantamento, mais de 82% das dívidas com até 10 dias de atraso são recuperadas, entre 11 e 20 dias de atraso a recuperação é de cerca de 70%. “Mas a partir de 21 dias de atraso já acende uma luz amarela para o empresário, que tem débitos a receber, pois a recuperação média fica na faixa de 52% e a dívida tende a se tornar crítica”, explica Boing.

O Índice fornece aos empresários e profissionais da área financeira uma visão panorâmica do cenário de inadimplência nas relações B2B, por faixa de atraso, região e setor econômico, além de refletir a distribuição do produto interno bruto (PIB) do Brasil. O Sudeste representa 47,57% dos títulos vencidos negociados, seguido pelo Sul (18,77%), o Nordeste (18,04%), o Centro-Oeste (9,08%) e o Norte (6,54%), seguindo a mesma ordem de representação de cada região no PIB nacional.  

Agilidade e tecnologia são fundamentais

Para ter um melhor índice de recuperação de dívidas, as empresas precisam ser ágeis, monitorar o calendário de pagamentos para evitar picos de inadimplência e acionar o serviço de cobrança assim que ocorre o atraso. A maior parte das empresas está ciente desta urgência e 25% dos títulos recebidos tem até 10 dias de atraso, seguido de cerca de 12% que chegam à Global entre 11 e 20 dias após a data de vencimento. Mas o IGR apontou um comportamento que gera apreensão: mais de 26% dos títulos recebidos tinham mais de 180 dias de atraso e, a partir deste período, o índice de recuperação não passa dos 12%.

“As empresas precisam de uma estratégia de cobrança preventiva com lembretes de pagamento alguns dias antes e após o vencimento, pois parte dos atrasos estão relacionados a esquecimentos. Se o pagamento não ocorrer, o atraso se torna uma dívida e precisa ser realizado um fluxo de cobrança e negociação que vise garantir o pagamento, manter um bom relacionamento com o cliente e evitar problemas no fluxo de caixa”, afirma o executivo.  

Também é possível detectar que nos meses que encerram os trimestres, como março e junho, há um envio maior de títulos na comparação com os meses anteriores, sendo que mais de 25% dos títulos foram encaminhados em junho. “As empresas possuem diferentes estratégias para negociar os débitos a receber, mas aguardar a proximidade do fechamento do trimestre ou semestre para iniciar o trabalho de renegociação de forma estratégica é arriscado e reduz as chances de recuperação dos valores”, completa.

Uma similaridade com o que acontece no processo de recuperação de dívidas com o consumidor final é o uso da tecnologia. Mais da metade (54%) dos acordos já acontecem por meio de canais digitais, com destaque para o WhatsApp, usado em 45% dos acordos.  

As tecnologias mais avançadas, como robôs autônomos e a Soph-IA, inteligência artificial da Global, também vem ganhando espaço e já representam 10% dos acordos fechados. Entre as vantagens dos canais digitais está a possibilidade de o devedor responder conforme sua disponibilidade, com menos pressão e constrangimento, o que melhora a relação e a disponibilidade para a negociação.  

Setores com recuperação mais urgente e mais resilientes

Os títulos vencidos estão divididos em 16 segmentos: Agronegócio; Alimentos e Bebidas; Atacadista e Distribuidor; Bens de consumo não duráveis; Construção e Projetos; Educação; Financeiro; Lazer e Entretenimento; Logística; Manufatura; Saúde; Serviços; Transporte; Têxtil e Vestuário; TI; e Varejo.  

Os segmentos com maior número de títulos cadastrados são: Alimentos e Bebidas (18,30%), Bens de consumo não duráveis (16,05%), Financeiro (12,25%) e Atacadista e Distribuidor (10,23%), que por característica têm alto giro e grande volume de vendas e, portanto, estão mais expostos à inadimplência.

De forma geral o pagamento dos débitos é maior quando o título é mais recente. As empresas do setor de Alimentos e Bebidas, por exemplo, recuperam mais de 84% dos títulos com até 10 dias de atraso. O índice cai para 76% no período de 11 a 20 dias, para 55% no período de 21 a 30 dias, as dívidas com 31 ou mais dias de atraso tem recuperação inferior a 50% e após a 151 dias de atraso o índice é inferior a 10%.  

No caso do Agronegócio, nos três primeiros intervalos de prazo a recuperação é muito elevada e depois há um comportamento similar aos demais setores. Nos títulos com até 10 dias de atraso a recuperação é de 91%, entre 11 a 20 dias de 94% e entre 21 a 30 dias de 86%, mas cai para 54% no período de 31 a 60 dias e para 40% no período de 61 a 90 dias.  

Já o setor de Serviços tem mais resiliência e mantém bons índices de recuperação a longo prazo. Quando a dívida tem até 10 dias de atraso a recuperação é superior a 92%, o índice é de 79% no período de 11 a 20 dias, desce para 70% no período de 21 a 30 dias, mas o setor mantém índice de recuperação de 58% no período entre 31 a 60 dias e de 53% entre 61 a 90 dias.  

Rafael Medeiros, Diretor Executivo B2B da Global, reforça que a criação do Índice Global de Recuperação de Crédito B2B visa auxiliar os empresários a antecipar os riscos e ajustar as estratégias para recuperar os débitos com decisões certeiras.  

“Há poucas informações, disponíveis de forma gratuita, sobre as dívidas entre empresas, que podem criar um efeito cascata na economia. O acúmulo de débitos a receber atrapalha ou até interrompe o fluxo de caixa e em situações mais graves pode até levar ao fim de uma empresa”.

O levantamento mostra ao empresário e profissionais da área financeira que quando o título vence, o tempo começa a correr. E cada dia a mais reduz as chances de recuperação. Nos primeiros 20 dias, a taxa é altíssima. Depois, a curva despenca e acima de 3 anos, menos de 1% dos valores é recuperado. “Esperar demais pode custar caro. Por isso, agir rápido e com estratégia é essencial para evitar que a dívida vire perda” conclui Medeiros.

Sobre a Global

A Global é uma empresa líder no mercado de recuperação de crédito para o segmento B2B. Sediada em Joinville (SC), com filiais em São Paulo (SP), Florianópolis (SC), Araquari (SC) e Rio Negro (PR) e mais de mil funcionários, a empresa acumula mais de 30 anos de experiência e expertise no desenvolvimento de soluções inovadoras e personalizadas com foco em cobrança e relacionamento com clientes. Para isso, utiliza tecnologia de ponta aplicada em estratégias multicanais que abrangem as etapas de vendas, pós-vendas, preventivo, cobrança e jurídico.

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